quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Cobertor pequeno ou tapa os pés ou o pescoço

 

215º dia do recomeço do blog

Hoje estive pouco atenta às notícias. Fiquei a saber agora que hoje foi o dia em que houve mais pessoas com teste positivo para a Covid-19.

Li agora algumas medidas que o 1º Ministro anunciou que vai apresentar ao parlamento para tornar obrigatórias.

Algumas concordo, como por exemplo o uso obrigatório da máscara mesmo em lugar ao ar livre. Eu já faço isso. Saio de casa com ela posta até porque a seguir tenho o elevador.

Mas depois penso, como se pode dizer isso a um pastor que está com as suas ovelhas na serra? Mas se for em locais com mais pessoas, isso fica ao critério de cada um.

Depois vi também que quer tornar obrigatória a instalação e uso da aplicação Stayaway covid. Bom esta então não sei como isso será possível. Vão oferecer um telemóvel compatível com ela?

Médica durante 40 anos no Serviço Nacional de Saúde sei bem como o apanhei numa boa fase e como ele se foi degradando. Técnicos de formação diferente e que completavam o trabalho terapêutico de qualidade e que se reformavam, o seu lugar era encerrado não havendo substituição. 

O que quero dizer é que se bem que nenhum país estivesse preparado para uma pandemia, o nosso SNS já estava insuficiente antes dela. Com muita pena minha que sou defensor deste sistema de saúde tendencialmente gratuito e para todos.

Vamos ver como se vai controlar este aumento de casos. O SNS vai aguentar tratar de todos?

terça-feira, 13 de outubro de 2020

«o lixo de um pode ser o tesouro de outro». Bordalo II

 

214º dia do recomeço do blog

O Parque das Nações é uma zona de Lisboa que não sendo longe de minha casa pouco frequento. E é muito bonita, junto ao Rio Tejo, Ponte Vasco da Gama ao lado, a outra margem com as suas terras. Cuidada, jardins, vulcões com explosão de água e muitos equipamentos pelos quais hoje só passei.

Hoje fui à dentista, que se situa lá e aproveitei do dia de sol e céu azul para passear.

Junto ao Pavilhão de Portugal, mal empregado edifício do arquitecto Sisa Vieira, com uma pala fantástica, está esta escultura do Bordalo II. É toda feita de bocados de peças de materiais diversos, melhor dizendo, de lixo. Começou por grafites com restos o que os transformava em tridimensionais e depois passou também a esculpir.

Sendo uma obra crítica da sociedade de consumo, é no entanto muito alegre e bonita. Está intacta.
Perto de minha casa há uma numa parede já bastante destruída. Nem toda as pessoas sabem respeitar e até apreciar esta arte moderna.

A "pedra" que com a broca foi retirada dos meus dentes, essa é que não serve para nada. 

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

 

213º dia do recomeço do blog


Depois de um fim-de-semana em casa, almocei com dois amigos numa esplanada, ar livre e o rio Tejo ao pé.

Há que aproveitar antes do frio e da chuva.





domingo, 11 de outubro de 2020

 

212º dia do recomeço do blog


Não escrever nada às vezes acontece. 

sábado, 10 de outubro de 2020

 

211º dia do recomeço do blog


Ter filhos é isto e muito mais.

Este fim de semana ficou aqui em casa o cão de um deles.














É um querido, meigo, sossegado. Faz companhia, sem dúvida. Mas altera algumas coisas da nossa rotina, tais como o ir à rua. Levei-o três vezes, passeios pequenos, 15 a 20 minutos. Mas tinha de ir, é uma obrigação. 

Um fim-de-semana não custa nada, pelo contrário, dá prazer. Mas não me vejo com um cão permanentemente.

Quando for muito mais velhinha, sem a mobilidade que hoje tenho, passeios, estadias noutros lugares, e ficar sobretudo em casa, isso sim vejo-me com um gato.

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

 

210º dia do recomeço do blog


Prémio Nobel da Literatura 2020

Apesar de não conhecer nada da sua obra, descobri este poema no meu exemplar de "Rosa do Mundo, 2001 Poemas Para O Futuro", quase no fim do livro.


O PODER DE CIRCE

 

Nunca transformei ninguém em porco.

Algumas pessoas são porcos; faço-os

parecerem-se a porcos.

 

Estou farta do vosso mundo

que permite que o exterior disfarce o interior.

 

Os teus homens não eram maus;

uma vida indisciplinada

fez-lhes isso. Como porcos,

 

sob o meu cuidado

e das minhas ajudantes,

tornaram-se mais dóceis.

 

Depois reverti o encanto,

mostrando-te a minha boa vontade

e o meu poder. Eu vi

 

que poderíamos ser aqui felizes,

como são os homens e as mulheres

de exigências simples. Ao mesmo tempo,

 

previ a tua partida,

os teus homens, com a minha ajuda, sujeitando

o mar ruidoso e sobressaltado. Pensas

 

que algumas lágrimas me perturbam? Meu amigo,

toda a feiticeira tem

um coração pragmático; ninguém

 

vê o essencial que não possa

enfrentar os limites. Se apenas te quisesse ter

 

podia ter-te aprisionado.

 

Louise Glück (n. 1943)

Trad. José Alberto Oliveira

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

O cão nadador

 

209º dia do recomeço do blog


Sentada junto ao mar vi-os chegar. Um dia de sol, lindo, calor razoável, um bom dia típico de uma praia do Oeste. Era um casal jovem vestidos de fatos de borracha, sem prancha. Pela trela vinha um cão também preto, grande e magro, não sei se de raça.

Descem as rochas e aproximam-se da água. Uma mini praia e rochas. Os três saltam da rocha e mergulham. O cão, largada a trela está por sua conta. O casal nada, pára, nadam em direcção diferente, e, porque têm um fato protector, estão imenso tempo dentro de água. Uma hora ou um pouco menos.

O que me espantou foi o cão, que nadou permanentemente ora para um dos donos, ora para o outro e até a escolher o seu próprio caminho.

A certa altura um dos donos agarra o cão e sobe a rocha com o cão ao colo. E o cão...foge do dono e mergulha para continuar o seu banho.

Um cão nadador!