sábado, 31 de outubro de 2020

E viva o velho!

 

231º dia do recomeço do blog


Hoje em conversa com uma amiga apareceu esta expressão "E viva o velho!"

Expressão antiga, era a minha avó que a dizia. Nunca ouvi a minha Mãe dizer e eu também não a uso.

Aconteceu porque fui almoçar fora com uma amiga. A ideia era ir a um restaurante que abriu em Lisboa  mas enganei-me na morada e acabámos noutro. Comemos um prego no prato muito saboroso e a bom preço. 

Chegada a casa fui ver na internet a morada certa e tinha lá o menu que encaminhei para a minha amiga. Era caríssimo! O "viva o velho" que foi dito nesta sequência foi uma expressão de satisfação mas também de possibilidade. Nada mau termos ido ao prego. O outro só se for num dia de festa. 

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

As crianças criativas

 

230º dia do recomeço do blog


Ouvida num supermercado:

Criança de uns 4 anos pega num brócolo e diz:

"Olha, olha Pai, uma árvore pequenina!"

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Abriu a caça aos dióspiros vermelhos

 

229º dia do recomeço do blog


Será uma fruta da maturidade? 

As natas do leite, aquela ranhosa mais espessa, a maioria das crianças não gostam dela. A parte interior e  gelatinosa dos dióspiros vermelhos também.  

Aspecto de tomate coração, deve comprar-se quase a desfazer e transportar numa caixinha dura para não ficarem em papa.

E desde há uns anos, deixou de me incomodar o seu interior e mais, passei a adorar.

Agora pra mim é uma delícia.



Apareceram entretanto uns cor de laranja, espessos e de comer à fatia mas esses não lhe acho graça nenhuma. Chamam-lhe dióspiros maçã.

As folhas dos diospireiros caem das árvores e os frutos mantém-se. É espectacular. Vi vários, enormes, altos e esguios lá para o Minho.

Porque duram uns dois meses há que aproveitar! Já comi um ao pequeno almoço. Tão bom!

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

A propósito de burros

 

228º dia do recomeço do blog


Fiz equitação em pequena, mas isso é história com cavalos. A que vou contar tem a ver com burros. 

Não é do meu tempo mas da juventude da minha Mãe e do meu Tio. Os meus avós tinham um quintal separado da casa mas na mesma terra. Numa parte mais alta tinha uma casa velha, e o jardim ficava num nível mais baixo. 

Não sei que utilidade terá tido o Quintal de S. João, excepto das histórias que ouvi. Festas, Santos Populares e outras. Serviu também para guardar um burro, parece que mais do que um. Os burros há 80 anos seriam as máquinas de trabalho e também da mobilidade, as bicicletas de hoje. 

Nas férias grandes o meu avô queria organizar burricadas para os filhos e os amigos deles.

Terá sido ele a comprá-los mas de burros ele não percebia nada e foi facilmente enganado pelos ciganos que os vendiam.

Ouvi falar do burro selvagem que só não deu coices junto do antigo dono. Na mão dos novos donos era um perigo. Outro que devia ter uma deficiência grave da visão, pelo que era quase cego. Tinha de ser puxado à mão para não bater nas paredes, coitado. E outros. Estes duraram pouco tempo na mão dos meus avós, que até viviam em Lisboa e isso era passatempo de verão.

Eu tenho uma enorme ternura pelos burros. Associo à leitura do Cadichon, Memórias De Um Burro escrito pela Condessa de Ségur. Um livro de capa dura azul clara que ainda deve existir na arrecadação. Cadichon, um burro muito humanizado que um dia se revolta contra os maus tratos dos donos. No entanto é bom e tem atitudes de gente responsável em certas situações. E, com uma certa moral de um livro escrito no século XIX 1860, acaba por dar lições aos humanos.

"Publicado pela primeira vez em 1860, este livro conta as aventuras de Cadichon, um burro sábio que escreve suas memórias. Por causa de sua esperteza e inteligência, ele acaba ensinando muito aos humanos e mostrando a importância de refletir sobre as próprias ações, de se arrepender e procurar corrigir os erros cometidos. E, sobretudo, de tratar bem os animais, de amá-los, respeitá-los, pois são grandes amigos nossos. Cadichon viveu num tempo em que a vida era completamente diferente da que levamos hoje e pertenceu a diversos donos. Com cada um, teve um tipo de vida: ora triste e sacrificada, ora feliz, tranquila, ora muito, muito engraçada e aventurosa... Uma vida cheia de movimento, de perigos e armadilhas, de dificuldades e também de alegrias e de aprendizados, que fez do simpático burrinho um herói – às vezes, desastrado, mas herói...".

E depois há tantos burros com que nos cruzamos na vida.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Há cortes bons e cortes maus

 

227º dia do recomeço do blog

Não gosto de ir ao cabeleireiro, mas reconheço que um bom corte faz o cabelo. Por isso, de 2/2 meses ou mesmo três lá vou eu. Uma excelente profissional proprietária de vários aqui em Lisboa. Vários...eram, agora serão dois. Até quando, interrogava-se hoje ela.

Estranhei quase nunca ver lá clientes. Fiquei a saber que a "maioria delas têm grandes quintas, casas ótimas fora da cidade e foram para lá quando começou a pandemia. Nunca mais vieram a Lisboa, os filhos não deixam". 

Hoje vi vários homens. Lavavam a cabeça ali perto de mim e subiam umas escadas em que eu nunca tinha reparado. E foi então que me explicaram.

Um grande hotel aqui de Lisboa,  grande em altura e em estrelas, tem um salão de cabeleireiro também da mesma. Na altura do confinamento quase fechou, ficou em layoff (não entendo porque empresas multinacionais com possibilidade de suportar os danos recebem do estado subsídios pagos por todos nós) e ainda está quase vazio, só dois andares funcionam. Estes clientes que eu hoje vi costumavam ir ao hotel cortar o cabelo com a barbeira, que também lá estava. Agora mudaram para a sede. Mais um salão a ir abaixo.

A internet tem destas coisas boas, de clicar e poder ver. Curiosa, fui "visitar" o hotel. Perante as imagens, lembrei-me do tempo das vacas gordas, quando os laboratórios nos convidavam para participar em congressos no estrangeiro. Na altura eram hotéis como aqueles, lembro-me de um em Berlim em que o quarto era quase maior que a minha casa, tudo bonito, espaçoso, salas e espaços livres bem arranjados; Em Istambul, um de uma cadeia internacional muito conhecida, tinha lá do alto onde ele estava construído, tinha jardins lindos, que desciam até ao Bósforo.

Nem fui das que mais beneficiou destas viagens mas sei que durante aqueles dias muita gente se sentia princesa.

É possível que muitas destas empresas não se aguentem. E os mais pequenos? Tenho visto como tantos se têm adaptado, mudado funções, acrescentando mordomias, mercearias e pequenos supermercados que passaram a levar as coisas a casa, o Expresso é entregue à porta, restaurantes que passaram a take away. Aqui no meu bairro nada fechou as portas.

Isto tudo por causa da covid-19. E ainda há bestas que se revoltam com medidas para evitar a transmissão! 

Viva a máscara, a distância social e a higiene! Abaixo a irresponsabilidade individual! Isto tem de acabar! 

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Fazer nada pode ser muito

 

226º dia do recomeço do blog


Não ouvi nem vi noticiários durante o dia. Ouvi música e li. Liguei a televisão pouco antes das 20h30, enganada pela programação que dizia ser uma nova série da Cândice Renoir. Não era, já tinha visto aquele episódio mas fiquei e gostei de rever. Daí mudei de canal e vi O Voice de Portugal, que ainda não acabou. 

Estes concursos de descoberta de cantores mostram que há uma imensidade de gente com muita categoria. Mas pergunto-me sempre e com pena o que será da vida deles. A vida de artista é tão frágil, insegura, instável, haverá lugar para todos? Ali alguns com as mulheres e os filhos a assistirem, ainda há pouco um contou que deixou o trabalho há pouco tempo para se dedicar à vida artística. Que tenham sorte!

Fui então sabendo as novidades do dia por um ou outro post do FB. Verdadeiramente não sei o que se passou. Amanhã recupero mas estive livre das notícias da pandemia. Pela minha parte como estive todo o fim de semana em casa cumpri completamente os cuidados de protecção.

E amanhã a que horas acordarei? Um bocadinho mais tarde do que ontem, por favor.

domingo, 25 de outubro de 2020

Acordar às 7h, desculpem, às 6h.

 

225º dia do recomeço do blog



Acordei. Li as 7 horas no despertador sem alarme ligado. Ligo o tablet e confirmo que a hora mudou e são 6 horas.

O meu relógio matinal fez-me ir tomar o pequeno almoço e regressar à cama onde estive a ler, entre o livro que tenho em mãos, Cinza e Poeiras, um policial islandês e o Público que recebo on line.

A escritora do livro chama-se Yrsa Siguardardottir. Até há pouco tempo seria um nome difícil de ler mas desde que aprendi que na Islândia o Dottir que faz a terminação dos apelidos quer dizer filho de, só tenho de decorar parte do nome e juntar-lhe a terminação. Aliás como Rabinovitch será filho de Rabinov, na Rússia e por cá há muitos anos Henriques seria filho de Henrique.

Voltando à mudança de hora, com o atraso da mesma o inverno já de si escuro, chuvoso, ficará ainda mais escuro. O fim do dia anoitece mais cedo. Alguma vantagem? Talvez, sabe ainda melhor o recolher, o dedicar-se a actividades diferentes, há muito quem leia mais, que faça mais material que vou chamar de artesanato, malha de lã, fazer compotas, trabalhar objectos de joalharia, moldar barro etc.

E sobretudo pensar como será bom quando a hora voltar a avançar!