terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Ivone, Princesa de Borgonha - Espectáculo


Mais uma peça de teatro, desta feita pelo Teatro Do Bairro e que terei visto num domingo de Abril.
Uma comédia divertidíssima, bem interpretada, "feita à moda da tragédia clássica, com 5 actos...parece mais leve do que realmente é, bem mais profunda e complexa do que aparenta ser, talvez num movimento palaciano de dissimulação dos horrores sobre os quais assenta todo o poder..." - Luísa Costa Gomes que também a traduziu. De Witold Gombrowicz.

SINOPSE

O Príncipe Filipe sofre de fartura. Mimado pelos pais, tem tudo e ainda pode ter mais. As mulheres mais belas, é só querê-las. Uma educação esmerada. Um futuro brilhante. Quando lê no horóscopo que a partir das sete da tarde as estrelas propícias lhe oferecerão iniciativas de grande envergadura, prepara-se para o encontro com o destino. Porque vai encalhar, horrivelmente excitado, numa aventesma queda e muda como Ivone? O mais surpreendido de todos é o próprio príncipe. Descobre que existe no mundo uma alma gémea cuja principal tarefa é enfurecê-lo do desejo de lhe fazer mal. Ivone, no seu silêncio obtuso, na sua estupidez natural, depois no seu desejo sem dissimulação, na sua impossibilidade de jogar o jogo, assustadiça e bicho de mato, tão espontânea no não, como no sim, é talvez o irredutível selvagem que todos queremos e tememos ser. O Príncipe, perante a troça dos amigos e a perplexidade dos pais, decide casar com ela. 
Feita à maneira de uma tragédia clássica, IVONE tem os seus quatro actos e acaba necessariamente mal. Basta dizer que bestialidade, selvajaria, idiotice e falta de sentido não param de crescer ao longo da peça.
Sinopse Retirada do anúncio.

https://youtu.be/y1UAF1fSEF8

O sr. Ibrahim e as Flores do Corão - Espectáculo


No Teatro Meridional, esta peça de Eric-Emanuel Smittt maravilhosamente interpretada pelo Miguel Seabra. Julgo ter visto em Maio 2017, nos 25 anos do grupo.
Já era espectadora atenta deste grupo mas a actuação do Miguel Seabra apaixonou-me.
A voz dele, as vozes dele melhor dizendo, para o meu ouvido foi música para o meu ouvido.
"Em Paris, nos anos 60, Momo, um rapazinho judeu de onze anos, torna-se amigo do velho merceeiro árabe da rua Bleue. Mas as aparências iludem: o Senhor Ibrahim, o merceeiro, não é árabe, a rua Bleue não é azul e o rapazinho talvez não seja judeu."

A importância dos tutores de resiliência aos quais nem sempre lhes damos na altura valor e aos quais nem sempre lhes conseguimos um dia falar disso. às vezes é tarde demais...
Sei e sinto bem o que isso é, digo eu, com alguma mágoa. 

https://ionline.sapo.pt/563608

Viajantes Solitários - Espectáculo


Em Minde tenho tido muitas surpresas. Esta foi um espectáculo inserido no Festival de Materiais Diversos,criado pelo Tiago Guedes e onde vi coisas interessantíssimas e novas. 
Este, que vi em Setembro de 2017, fez-me conhecer o Teatro do Vestido e o trabalho da Joana Carvalheira, que tento desde então seguir.
Inovador, o palco dentro de um camion TIR, o texto e a partilha da refeição.
Segui bastantes filhos de camionistas TIR e nunca tinha imaginado estas fragilidades nestes homens. Foi também muito importante por isso.
Descobri um youtube deste espectáculo em Loulé, que aqui deixo.

https://youtu.be/_Xl9QYI3YZU



Canas 44 - Espectáculo


Fui vê-lo à sala Estúdio do Teatro D. Maria II em 28 de Janeiro 2018. A Leonor Keil e a Rafaela Santos.
Aderessos da Lira (Keil)

http://www.tndm.pt/pt/calendario/canas-44/
ou no FB,
https://pontovirgula.pt/cultura/?noticia=canas44&fbclid=IwAR15gQD-G0sBfrFkFe1jxN6TT_iDOd2bX35xmPqhTLhvo3jA2Nq3NxtRuBE
Fotos muito bonitas.

Espectáculo interessante e bonito esteticamente falando. O que fica e o que desaparece em Portugal, as mudanças.
A Leonor morava em Canas de Senhorim e veio morar para Lisboa. A Rafaela pelo contrário, foi morar para Canas de Senhorim.
Uma da dança, outra do teatro, misturas perfeitas. 44, a idade de ambas.

Arrumar papéis


Estou a arrumar papéis.
Entendo agora sem dúvida que não se pode guardar tudo. Deixar trabalho para os outros não é justo.
Porque não quero ficar sem as referências para memória futura, a minha, vou aqui escrevendo algumas coisas.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Acordar cedo é geracional?


Não nos vemos há uns anos. Se calhar nem sabe que estou aposentada, livre de horários rígidos.

7h31 da manhã e no tm uma mensagem entrou.
Acordo estremunhada e pego no aparelho. Será que aconteceu alguma coisa aos meus filhos, netos? Aquela hora para mim é quase madrugada. Leio a mensagem.
"Olá, Ora viva, estás boa, há tempos que não nos vemos! Olha, estou a telefonar-te, tão cedo-coitadinha...será que és capaz de me enviar o tm da fulana, que julgava que tinha mas não tenho? Desculpa a maçada e a madrugada. Beijinhos".
Semi acordada envio mensagem com o que me foi pedido.
Viro-me para o outro lado e tento dormir.
Um quarto de hora mais tarde fico de novo desperta, leia-se meia adormecida, quando recebo outra mensagem.
"Ó rapariga!! Acordas tão cedo! Isto é mesmo geracional! Muito obrigada e mais um beijinho"

Pouso o tm na mesa de cabeceira e fico desperta, acordada e a pensar como a distância afectiva nos afasta tanto, neste caso projectando em mim os seus hábitos e considerando que há uma razão racional para que ela e eu tenhamos os mesmos.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018


Foi já a 30 de Setembro deste ano que participei num pequeno workshop que se realizou no jardim do Museu da Aguarela Roque Gameiro em Minde. 
Cheguei um pouco atrasada e já estava montado o material no chão, rodeado por algumas crianças. Em cadeiras e rodeando as crianças pessoas como eu. Avós, suponho.
Aliás o workshop chamava-se "Oficina das Árvores e dos Avós, e teve várias actividades criativas. Desenhámos, ouvimos histórias, vimos livros.
Apresentaram-nos um livro muito bonito, "A Vida Nocturna De Las Árboles", que descobri na internet o anúncio. Pode ser uma bonita sugestão para oferta.
https://youtu.be/7udEOuwxV5U

Fascinada fiquei com a descoberta de Bartholomaüs Traubeck, músico alemão, que construiu um aparelho com sensores que escutam e traduzem para o piano os sons que o tronco de árvore faz. É uma espécie de giradisco, em que o disco é uma rodela de um tronco e a agulha é substituída pelos sensores. Os anéis das árvores ajudam a calcular a idade delas e têm características diferentes e sons diferentes.Os sons também são diferentes. 

Pode-se ouvir aqui neste link
https://youtu.be/12dc4IQGnFc