segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Poema - César Vieira Dinis

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INSATISFAÇÕES
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Um gesto
é o que fica por dizer,
uma palavra
é o que fica por pensar.
No horizonte de um sorriso
há sempre um mar de lágrimas.
Para além do encontro
espreita a certeza do adeus
e o sonho
acaba na chatice
de acordar.

sábado, 20 de agosto de 2011

Aconteceu...que qualquer dia entro em ti

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...........................Foto - Magda

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Poema - Miguel-Manso

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JANELA
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dedico-me ao poema como um
homem velho se dedica a um vaso
com flores

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Aconteceu...esculturas ao ar livre

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Os jardins e parques, para além das árvores e flores, são espaços muito adequados que servem para terem esculturas, maiores ou pequenas mas que se enquadram ficando fazendo corpo com a paisagem. Refiro-me a escultura moderna, de pedra ou aço que suportam qualquer tipo de clima. Muitas vezes essas  exposições são transitórias, deixando os espaços vazios quando elas os abandonam.

Um espaço espantoso é o Parque  National De Hoge Veluwe que rodeia o Museu Kröller-Müller, na Holanda. Só pode ser visitado a pé ou de bicicleta que é distribuída no local onde se parqueia o automóvel. E no meio de um espaço imenso, esculturas modernas (escultores nascidos no século 20), umas tamanho pessoa outras enormes, funcionam como se também da terra ali tivessem nascido.
A escultura colocada ao ar livre estabelece com quem as vê, uma relação de proximidade diferente. 
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Os jardins da Gulbenkian têm algumas, nenhuma gigante, mas é um espaço muito agradável.
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Também Serralves já fez algumas exposição de esculturas gigantes, instaladas no seu parque. A maior parte estiveram em exposições limitadas no tempo, mas mantém algumas que, porque permanentes, fazem parte do corpo do jardim.
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Um espaço muito bonito em Lisboa, e quase desconhecido das pessoas, é o Parque Saúde de Lisboa, antigamente conhecido pelo Hospital Júlio de Matos. Um enorme jardim com árvores enormes entremeadas por espaços verdes com arbustos.
Já por várias vezes foi palco de esculturas ao ar livre, refiro uma em que em todas elas eram integradas camas de ferro, das que antigamente eram usadas no hospital. E outra com esculturas de ferro, realizadas por um psiquiatra-escultor.
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Aliás este último transformou o largo da estação de caminho de ferro de Sines com uma dúzia delas. O largo ficou um museu ao ar livre. Não sei se ainda lá estão, mas que mereciam estar, mereciam.
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Em Vilamoura, no Cerro da Vila, espaço de escavações arqueológicas, dez esculturas gigantes misturam-se com os restos antigos e o verde do campo e relva. Vale bem a visita. Pena que também seja transitória, acabará em Outubro. 

domingo, 14 de agosto de 2011

Aconteceu...que a subida da maré prega partidas inesperadas

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Ainda há praias assim, o pessoal vai almoçar a casa mas deixa tudo na praia. Voltarão depois da sesta e ficarão até ao fim do dia. Às vezes com surpresas como a deste dia...

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Fotos - Magda

sábado, 13 de agosto de 2011

Poema - Fernando Luís Sampaio

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OS CANTORES DO FUTURO
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Nada permanece desses anos inquietos
Deixados à porta da idade como sacos
De lixo atados, testemunho que reclama amizades
E mortes.
O destino dessas palavras
São o seu eco, um bilhete de autocarro
Ainda marca a ilusão interrompida - foi
Assim a nossa luta de classes, sem a ilusão
Que desafia os cantores do futuro.
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Agora é esperar que algum sentido
Te surpreenda a meio do caminho que
Te leva à primeira cervejaria, um
Marasmo de espuma e poemas polidos
Pela miséria episcopal da nação
Que todos os dias te oferece a morte para versejar.