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NESSE NUNCA
Nunca se pensa que virá um dia
em que essa idade como bruma fria
será a que teremos; todavia
nesse nunca está ela já contida:
se o pensamento desconhece a vida,
dela recebe o sangue da ferida
sexta-feira, 22 de abril de 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Aconteceu...Incontinência verbal!
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Há pessoas por quem temos estima e consideração. Não que as tenhamos conhecido pessoalmente, mas pelo que fizeram nalguma época e pelo que simbolizam.
Poderíamos dizer que se tornaram uns ídolos.
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Anos depois, começam a disparatar.
Não, não estamos a ouvir isto, pensamos. Não pode ser! Está totó! Xexé! Completamente xoné!
Não, não estamos a ouvir isto, pensamos. Não pode ser! Está totó! Xexé! Completamente xoné!
As pessoas envelhecem.
Pensar que é por doença que não sabem o que dizem, que estão a perder o juízo, ajuda a evitar a critica, embora se fique triste.
Tenta-se assim, dentro de nós, preservar a sua imagem.
Tenta-se assim, dentro de nós, preservar a sua imagem.
Tenho uma amiga que costuma pedir que se algum dia a virmos fazer certas figuras, que a protejamos. Que alguém faça o mesmo comigo, se for caso disso.
E todos devíamos ter um ou mais amigos para essas alturas. Evitar-se-ia muita coisa. Não pensem que estou a defender a interdição ou coisa parecida. É que a troca de ideias pode bastar para fazer a pessoa cair em si, depois de pensar...e antes de falar ou fazer.
E todos devíamos ter um ou mais amigos para essas alturas. Evitar-se-ia muita coisa. Não pensem que estou a defender a interdição ou coisa parecida. É que a troca de ideias pode bastar para fazer a pessoa cair em si, depois de pensar...e antes de falar ou fazer.
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consideração,
descontentamento,
exposição pública,
ídolos
quarta-feira, 20 de abril de 2011
terça-feira, 19 de abril de 2011
Poema - Miguel-Manso
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estão a demolir pedra
a pedra o prédio do lado
quem passa agora na rua
parece lamber com o olhar
a falta de um dente
estão a demolir pedra
a pedra o prédio do lado
quem passa agora na rua
parece lamber com o olhar
a falta de um dente
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Aconteceu..."Fome"
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(...) Sabe Deus, pensei, se alguma vez mais valeria a pena voltar a procurar emprego. Recusas, meias promessas, meros e secos "nãos", expectativas alimentadas e destruídas, novas tentativas, tudo acabara em nada e fizera com que eu tivesse perdido o ânimo. Por fim, requeri um lugar como cobrador de dívidas, mas cheguei demasiado tarde, além disso não teria podido arranjar cinquenta coroas, para depositar como fiança. Surgia sempre qualquer obstáculo. Também me candidatei à corporação de bombeiros. Estávamos cinquenta homens num átrio e enchíamos o peito para darmos a impressão de força física e valentia. Veio um funcionário fazer a inspecção a todos os candidatos: apalpou-lhes os braços e fez-lhes uma ou outra pergunta. Contudo, por mim limitou-se a passar, abanando a cabeça e disse que estava excluído por usar óculos. Voltei lá sem óculos, perfilei-me, franzi as sobrancelhas e dei aos olhos uma expressão acutilante, mas o homem voltou a passar por mim e sorriu. Tinha-me reconhecido. O pior de tudo era que a minha roupa começava a ficar num estado tão lastimável que eu já não podia apresentar-me onde quer que fosse como uma pessoa decente. (...)
Este trecho, escrito por Knut Hamsun e publicado pela 1ª vez em 1890, é actual e poderia ter sido escrito hoje. Hélas!
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"Fome",
crise,
Knut Hamsun
domingo, 17 de abril de 2011
sábado, 16 de abril de 2011
Poema - Sophia de Mello Breyner Andressen
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AS CASAS
Há sempre um deus fantástico nas casas
Em que vivo, e em volta dos meus passos
Eu sinto os grandes anjos cujas asas
Contêm todo o vento dos espaços.
AS CASAS
Há sempre um deus fantástico nas casas
Em que vivo, e em volta dos meus passos
Eu sinto os grandes anjos cujas asas
Contêm todo o vento dos espaços.
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