quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Poema - Nuno Júdice

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SOBRE O POEMA
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As palavras caem, como a estrela
cadente que vi uma destas noites, e
desenhou uma linha nítida no meio
dos astros que não deram por ela.
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É possível que os versos sejam
como essa estrela cadente, e ninguém
repare na sua linha exacta, quando
olha para as imagens do poema.
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Mas há palavras que caem
no meio dessas imagens, e antes
que desapareçam deixam o sulco
de uma ferida que não cicatriza.
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Molho a caneta na tinta dessa
ferida, e vejo a palavra secar
no papel, como o brilho da estrela
cadente que se apaga no céu.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Aconteceu...Querido mês de Agosto...na 2ª circular

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É muito divertido este país no mês de Agosto, como bem retratou o filme, embora por detrás do enredo manifesto estivesse o drama, na relação pai-filha, artistas que alegram as festas.
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Em certas praias, o espaço para as toalhas é escasso, o mar está pejado de gente, de tal forma que ao longe parece uma multiplicidade de pontos pretos, vulgo cabeças se vistas de perto. Há bichas para os supermercados, no mercado do peixe somos empurrados contra as bancadas com o cheiro a agarrar-se-nos à roupa. Se usarmos carro, a ida e a volta é feita em marcha lenta. Sua-se litros! Que maravilha!
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Como o filme "Aquele Querido Mês de Agosto" mostra, terras quase abandonadas de gente durante o ano inteiro, ficam cheias dos que ganham a vida lá por fora, a festejar, romarias, casamentos, microfones nas praças a ecoarem música e publicidade; as janelas sempre fechadas das maisons abertas, mais uma obrazita.
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E em Lisboa? Quando hoje de manhã, demorei vinte e cinco minutos para fazer quatro quilómetros, pela 2ª circular, pára, pára, arranca, dei comigo a lembrar-me como foi Agosto, o mês que há dias acabou.
Ruas sem movimento, lugares de estacionamento havia o que se quisesse, doentes poucos que estão de férias, mas que grande diferença!

E não foi por não haver gente em Lisboa. Museus cheios, com aumento das visitas guiadas tal a procura, espectáculos esgotados, pessoas a passear pelas zonas mais interessantes da cidade.

Ai meu querido mês de Agosto em Lisboa!
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PS: Talvez os que ficaram em Lisboa, a fazer praia na Caparica, bichas para as camionetas, calor, ou nos carros, horas para atravessar a ponte, esses certamente não viveram as minhas boas experiências, mas espero que tenham tirado partido das deles. É que a vida é dura para alguns, conheço miúdos para quem as férias, foi ficarem fechados em casa. Esses sonham com o regresso da escola, aos amigos, nem sempre às aulas que no entanto também fazem parte da escola.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Poema - Miguel Torga

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MAR SONORO

Rumor das ondas, música salgada,
Eterna sinfonia
Da energia
Inquieta:
Que búzio te ressoa a nostalgia
Além do meu ouvido de poeta?

domingo, 5 de setembro de 2010

Aconteceu...que começou a feira, estamos em Setembro!

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É muito fácil gostar-se de certas coisas quando elas não nos ficam mesmo à porta de casa. Sem trânsito acrescido, ruas com sentido cortado, arrumadores para os poucos lugares que sobram, barulho, cheiros...
Quando estamos mais longe do local, tudo parece pitoresco, as compras baratas, o movimento das pessoas interessante, etc.
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Morei durante trinta e tal anos à beira do jardim que serve de poiso a uma feira anual, com duração de um mês. Em plena capital do país!
Não queiram saber! Enquanto os filhos eram pequenos, esse mês era todinho passado em férias, bem longe. Mesmo assim ainda havia feirantes que prolongavam a estadia sob o olhar desautorizado da autoridade camarária.
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Arrumar o carro era uma aventura, uma lotaria e quando se conseguia perto, motivo de regozijo.
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Frente à minha casa havia uma rua sem saída que só servia para estacionamento. As caravanas dos feirantes durante este período ocupavam-na quase por inteiro, aquilo era uma espécie de parque de campismo selvagem, na cidade. Era só vê-los de manhã em pijama a ir tomar o pequeno almoço ao café que ficava por baixo de mim, ainda cabelos desarrumados, cheiro a cobertor.
Ou a mesa de pic-nic ocupando um lugar para carro e eles ali ao almoço, panelas no fogão. Más condições para nós, residentes, e para eles feirantes.
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Um dia venho de trabalhar, já ao fim da tarde e vejo um espaçozinho para o meu carro, junto a uma roulotte. Toca a preparar-me para arrumar. Já quase o carro arrumado, só para acertar meto a marcha atrás, e de repente, dou-me conta de uma pessoa sentada numa sanita bem perto da traseira do meu carro. Pensei que estava a ter uma alucinação. Ou seria para alguns "apanhados"?
Mas era mesmo assim. Aflita dos intestinos, alguém tinha saído da carripana e tinha-se ido pôr a fazer as necessidades entre a "casa" deles e o meu carro, numa portatil! Consegui arrumar, bem juntinho às pernas da pessoa que continuava sentada a fazer as suas necessidades e fui para casa.
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Hoje, anos passados, tenho de me rir deste episódio!

sábado, 4 de setembro de 2010

Aconteceu...foto - À espera de "melhores" dias

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......................................Foto - Magda