249º dia do recomeço do blog
É triste ver hoje a discussão dos médicos novos sobre o trabalho, as condições de trabalho e de remuneração mas também o pensar/desejar a reforma.
O empenho da minha geração, a iniciar o trabalho pouco depois do 25 de Abril, com um mundo inteiro por fazer, era um ânimo que nos dava, um entusiasmo total. Não pensávamos em horário, era quando fosse preciso. Dia e noite se necessário. Sei que não posso generalizar, nem todos.
Mas éramos respeitadas. O médico, o professor e o padre! E hoje? Trabalham que se fartam, muitos com risco da sua saúde aumentado pela Covid-19, ordenados cortados na crise P. Coelho assim como o pagamento das horas extraordinárias. Os professores, perderam a consideração que por eles tinham, até há pais que lhes batem. Quanto ao cura há muito mais religiões de porta aberta que havia e não tenho conhecimento de avaliação do apreço que lhes têm.
Trabalhei 40 anos como médica. Reformei-me nessa base acrescentando a idade exigida e que eu também cumpria. Só comecei a desejar a aposentação uns dois anos antes de a atingir. Até lá sempre disse que iria trabalhar até aos 70 anos, idade limite, o que não cumpri.
Coitados dos mais novos!