sábado, 16 de maio de 2020



64º dia de isolamento social (COVID-19)

Ontem passou na RTP2 o filme Laranja Mecânica de Stanley Kubrick.
Um filme que foca um grupo de adolescentes marginais que pratica actos de grande barbaridade, pura violência gratuita. Vê-se como atacam 2 vivendas isoladas, pedindo para fazer uma chamada telefónica de socorro. Lá dentro destroem, violam, matam os proprietários. 
Trata também de outros aspectos sociológicos e psiquiátricos mas que salto.

Vi-o em 1973 em Londres, com a minha Mãe. 

Saímos do cinema de coração apertado.
Compreendo que estávamos fragilizadas, estávamos lá para diagnóstico por suspeita de doença incapacitante da minha Mãe. 

Os meus Pais  tinham uma casa linda, num terreno muito grande, maioria pinhal, perto de Lisboa e perto de uma praia, onde só íamos aos fins de semana e nas férias. Isolada com nenhuma casa em redor. Só pinhal. 
O filme preocupou-nos tanto que à chegada mandou-se logo instalar uma tomada de telefone na entrada para que se alguém que pedisse socorro não tivesse de entrar. Obviamente que fomos impregnadas emocionalmente pelo filme.
Mas houve sempre algum incómodo que ficou.

A casa foi vendida em 1980.

Como eu gostava de a ter hoje!