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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Aconteceu...que nem todas as brincadeiras são pacíficas

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Hoje passou por aqui o coelho de Páscoa, e deixou ovos escondidos no jardim. Os jovens presentes só tinham de os encontrar. Foi uma aventura gira, havia ovos cozidos e pintados por fora, ovos de chocolate e mais algumas surpresas. Finda a busca foi feita a divisão e seguiu-se o momento alto, saborear tudo, sem restrições, seguido de outros jogos de bola. 
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Muitos jovens hoje não sabem o que são estes jogos de família. Agarrados às suas máquinas electrónicas, portáteis ou fixas, jogam isolando-se e afastando-se destas coisas simples e saudáveis.
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Uso frequentemente o Google para saber o que são os jogos que os miúdos me descrevem nas consultas. E fico aterrada! Muitos têm uma classificação de "Só para adulto", mas eles jogam-nos. E sem crítica como os paizinhos que os compram. Jogos dedicados a assassinatos em série, outros cuja função é fazer bandos de assassinos, de roubar, matar os polícias que os perseguem, e tantas outras coisas deste género. Fico depois a saber que lá em casa chega a haver guerra entre os filhos e o pai (mais frequentemente), mas também tios e avô! Todos querem jogar.
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Conversado com os adultos, familiares das crianças a que me refiro, nem eles realizaram muito bem o que jogam. Não é real, é um jogo, explicava-me um que tinha levado o filho à consulta por perturbações do comportamento.
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Esta perda de valores, respeito pela vida com ausência de culpabilidade, inquieta-me muito. Estaremos a fabricar o quê?

terça-feira, 1 de março de 2011

Aconteceu...Beber é bom. Um apreciador não se embriaga. Mas é preciso ensinar os jovens a beber com lúcidez.

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Há cerca de 30 anos, durante o meu Serviço Médico à Periferia, na zona da Beira Alta - Alto Douro, tive de me confrontar com o consumo de vinho desde tenra idade, e que se mantinha pela vida fora, uma vez que um garrafão de 5 litros fazia parte da jorna.

.Com as "bonecas", chuchas feitas com açúcar enrolado em pano e posteriormente molhado em vinho tinto, as mães acalmavam os bebés e preparavam-lhes o sono. De uma maneira geral este "consumo" parava quando a criança largava a chucha, mas não raras vezes com a entrada para a escola e porque o frio apertava, um copinho de água com vinho e açúcar ajudava à viagem.
.Claro que havia adultos com alcoolismo crónico, às vezes mais visível nas análises ao fígado do que nos comportamentos. O organismo ia-se habituando a altas doses de vinho e na falta de dele apareciam os comportamentos patológicos daí decorrentes.
Não apanhei nunca, nem nas urgências, crianças ou jovens embriagados e/ou em como alcoólico.
Convivia-se com o vinho como uma coisa natural, diria até cultural. Mas maligno, de qualquer modo, com um consumo por pessoa maior que o de hoje.
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No colóquio "Os Jovens, o Álcool e Segurança Rodoviária", focaram que o uso e consumo do álcool mudou de padrão.
Jovens, procuram no uso do álcool associado por vezes a outros estimulantes, a alteração de consciência, a embriaguez rápida.
Fazem-no nas saídas de fim-de-semana com os amigos aos bares. E com a falta de lucidez resultante, correm graves riscos.
Constataram também que alguns iniciam o consumo antes de sair de casa, e chamaram a atenção para o papel das famílias, nem sempre atentas, contentoras e organizadoras.
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Pois, já aqui escrevi várias vezes sobre a comunicação intrafamiliar. Com uma boa comunicação, os pais estão capazes de falar com os filhos e eles com os pais, ambas as partes se conhecerem e poderem os pais, mais facilmente exercer as várias funções que lhes compete, educar, transmitir valores, proteger, orientar, criar limites, saber dizer não, coisa que hoje muitos pais não estão a conseguir realizar.
Os filhos ficam mais sós e portanto mais vulneráveis.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Aconteceu...ler sobre a criança que faz batota

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Nem sempre os técnicos de saúde mental e desenvolvimento estão de acordo. Acontece que há várias correntes teóricas em todas as ciências humanas, o que pode dar várias formas de ver e de intervir.

Por isso é frequente alguma desorganização junto dos pais que não confiam no técnico que escolheram e procuram ouvir várias opiniões. Arriscam-se a ouvir opiniões absolutamente contrárias.
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Li hoje um pequeno texto numa revista cor-de-rosa sobre as crianças e a batota.
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O normal e o patológico só podem ser vistos à luz do desenvolvimento. Alguém dirá que uma criança que ainda não mastiga tem um problema, se souber que a criança tem 6 meses? E que ainda não usa o bacio se tiver 1 ano? Ou que mente se tiver 2 anos? Tudo tem de ser visto à luz do esperado, conforme a idade e o desenvolvimento conseguido.
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Ora nesse texto, a fase do desenvolvimento não era referida e a batota era considerada de forma geral como qualquer coisa que tinha de ser corrigida, até mesmo com castigos.
Mas há crianças que ainda não sabem que para jogar há regras. Também podem não as cumprir sem ser com a finalidade de fazer batota.
A batota só poderá ser considerada na criança já com idade para saber isso que a está a praticar. Aí deve-se ensinar, brincar sobre o não gostar de perder, e ir corrigindo a batota, voltando atrás ou mesmo parar, se não conseguirmos que a criança cumpra.
Ninguém gosta de perder, e há que perceber porque algumas conseguem aguentar esse "desgosto" e outros não.