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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Aconteceu...que nem todas as brincadeiras são pacíficas

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Hoje passou por aqui o coelho de Páscoa, e deixou ovos escondidos no jardim. Os jovens presentes só tinham de os encontrar. Foi uma aventura gira, havia ovos cozidos e pintados por fora, ovos de chocolate e mais algumas surpresas. Finda a busca foi feita a divisão e seguiu-se o momento alto, saborear tudo, sem restrições, seguido de outros jogos de bola. 
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Muitos jovens hoje não sabem o que são estes jogos de família. Agarrados às suas máquinas electrónicas, portáteis ou fixas, jogam isolando-se e afastando-se destas coisas simples e saudáveis.
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Uso frequentemente o Google para saber o que são os jogos que os miúdos me descrevem nas consultas. E fico aterrada! Muitos têm uma classificação de "Só para adulto", mas eles jogam-nos. E sem crítica como os paizinhos que os compram. Jogos dedicados a assassinatos em série, outros cuja função é fazer bandos de assassinos, de roubar, matar os polícias que os perseguem, e tantas outras coisas deste género. Fico depois a saber que lá em casa chega a haver guerra entre os filhos e o pai (mais frequentemente), mas também tios e avô! Todos querem jogar.
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Conversado com os adultos, familiares das crianças a que me refiro, nem eles realizaram muito bem o que jogam. Não é real, é um jogo, explicava-me um que tinha levado o filho à consulta por perturbações do comportamento.
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Esta perda de valores, respeito pela vida com ausência de culpabilidade, inquieta-me muito. Estaremos a fabricar o quê?

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Aconteceu...valores, por onde andam?

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1 - Há muitos anos, era eu miúda, uma colega de turma tinha sempre muitos lápis e borrachas que o pai lhe trazia do serviço. Era funcionário público. Como o meu também era, contei-lhe e pedi-lhe que me trouxesse lá do serviço alguns para mim. Nesse dia à tarde ele veio do serviço e levou-me à Papelaria da Moda. Aí chegados disse-me para eu escolher o que quisesse de lápis e borrachas, e folhas. Perguntei-lhe porquê, e lembrou-me do meu pedido e disse-me uma coisa que ficou dentro de mim como um valor, que os lápis e borrachas que lhe distribuíam no Ministério, eram para ele trabalhar lá. Por isso não os trazia para casa e muito menos para uso da filha.
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2 - Uma amiga minha era filha de um Director Geral de Finanças que tinha um telefone oficial em casa. Ao lado estava o telefone que ele contratualizou para uso privado, como a família fazer chamadas. Este preciosismo ainda se "usa" hoje?
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3 - Conheço quem use o carro distribuído pela função que tem, com chauffeur agregado, para fazer serviços de distribuição da família. Os "utentes do carro" nem perceberam a minha adjectivação perante o que sinto ser um abuso. É que pagamos todos. Será normal?
Quando prescrevo um medicamento e o doente não o paga na farmácia porque é comparticipado a 100%, se ele me refere que "é de borla", aproveito para lhe explicar que não, que é pago por todos nós. Esta noção não é clara para a maioria das pessoas, mas a alguns não lhes interessa ver isso.
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4 - Como escrevi há dias, os pontos escritos e os exames eram respeitados por nós e tínhamos receio perante maus resultados. Hoje, sabemos que com frequência pais vão às escolas pedir contas aos professores. É assim que se transmitem os valores? Sim, que o respeito é um valor e de pequenino se torce o pepino!
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5 - Aconselho a ler o artigo do Rui Tavares no Público de hoje. "Duas Facadas na República". Muito bem escrito! Ilustra bem com dois casos recentes, como vamos de valores!.
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Nota - sou bastante irreverente, embora alguns dos meus textos não o demonstrem. Mas é preciso indignarmo-nos com certas coisas e foi o que eu quis fazer.