segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Há vários tipos de memórias e há o esquecimento

 340º dia do recomeço do blog


" Os mortos são objectos que se estragaram, como um televisor, um rádio, a batedeira eléctrica, e o melhor é lembrarmo-nos deles como eram quando funcionavam, porque o único túmulo aceitável é a recordação".
Elena Ferrante in A Vida Mentirosa Dos Adultos

 
Uma frase, um pensamento chocante. Por ser seco, frio e pragmático. Mas fiquei a pensar.

Tanto mais quanto a minha primeira chefe desde o final dos anos 80 até 2000, me pediu uma informação para situar um artigo da minha Mãe.

Não tinha a revista científica onde foi publicado mas uma colega amiga enviou-me as fotos da capa, Conselho de Redacção e Índice.

E aqui começam as memórias. Ainda bem que a minha Mãe publicou aquele artigo que vai ter nova vida. Deixar escritos é uma forma de permanecermos para lá dos netos, da memória dos netos.

Agora a outra memória, ou melhor da falta dela. Constatei que fiz parte do Conselho de Redacção. Mas nunca mais me tinha lembrado disso. E mesmo para os currículos que tive de fazer para prestar provas na carreira hospitalar referi o "posto". Nunca tive jeito para me valorizar.