329º dia do recomeço do blog
Acabei de ver imagens do lixo nas ruas de Luanda, aos montes, depois do governo ter deixado de pagar a seis empresas por falta de verbas. Uma tristeza, riachos cheios de lixo e crianças a brincar por cima, avenidas largas com lixo no meio, com partes a arder e ruas ainda mais estreitas nos bairros mais pobres. Pensávamos que em 1975 com o fim da guerra colonial e a independência a vida daquelas gentes ficaria melhor. Mas têm sofrido tanto!
Hoje recebi um WhatsApp com uma anedota que não me permito reproduzir. Mas lembrou-me um episódio que se passou estava eu de urgência. No internamento de pedopsiquiatria estava internado um rapaz de uns 12 anos, muito perturbado psiquicamente e com pouca capacidade cognitiva. Todos os dias arranjava maneira de engolir qualquer peça não comestíveis. Todos os dias era enviado para fazer rx e ver como e por onde andava o objecto. Podiam ser facas, colheres, borrachas e material de desenho, peças de jogos, o que estivesse à mão. Era uma situação perigosa por risco de rotura de alguma parte do trato digestivo ou mesmo de ficar por lá preso. Havia o cuidado no internamento, com o sentido óbvio de o proteger, de não deixar à mão dele quase nada. No meu dia foi uma pilha do comando da televisão que ele engoliu. Objecto perigoso até pelas substâncias que contêm. Enviei-o para fazer um Rx e o radiologista de serviço já o devia conhecer de ginjeira. Depois da situação resolvida enviou um breve relatório que dizia unicamente "Pronto a recarregar".
A bast@nária d@ ordem dos enfermeir@s tem sido notícia pela declarações incríveis que tem dito. As "coisas" são da maior falta de educação, dignas da pior estirpe existente. Só razões políticas, chegam para isto? A anterior, Enfermeira Maria Augusta Sousa, pessoa com dignidade, veio publicamente pedir desculpa por se sentir envergonhada pelo comportamento da que nem o nome me apetece escrever.