345º dia do recomeço do blog
Morava em Campolide e ia todos os dias a pé para o Liceu Francês. Distância curta. Em pequena ia com o meu Pai de mão dada até à porta. Depois começou a deixar-me na esquina. E mais tarde ia sozinha, mas quase sempre acompanhada por dois colegas que também moravam para ali.
Em adolescente, não sei com que idade, íamos sempre mais cedo e parávamos naquilo a que chamávamos leitaria. Um pequeno espaço, paredes de azulejos brancos, um balcão e umas mesas.
Encontrávamos ali grande parte da turma. Se calhar um pastel de nata, ainda não bebia bica diária mas fumava cigarros. Fazíamos um pequeno ajuntamento fardado, eles de calças cinzentas e camisa azul clara e blazer azul escuro, nós, as raparigas semelhante mas com saias. Umas conversas ou melhor trocas de frases e lá íamos para as aulas que começavam às 8h da manhã.
Também se comia lá, raramente mas lembro-me de um ou outro almoço que combinávamos. E na galhofa fazíamos uns concursos, ver quem comia mais rapidamente um pudim flan ou noutros dias um bolo de arroz. Ambos com técnicas diferentes.
O pudim era mesmo de forma inestéctica, prato junto à boca, pudim junto à boca e aspirava-se todo de uma vez. Por acaso nunca nenhum se engasgou.
O bolo de arroz, pelo contrário, era comido aos bocadinhos pequenos, retirados do bolo com a mão que os levava à boca. Quem comia às dentadas embuchava, não conseguia engolir e como o concurso era de velocidade, perdia.
Não me lembro quem tinha mais perícia para ganhar.