323º dia do recomeço do blog
Neste estado de calamidade em que estamos, ouvem-se vozes dizer que há muitos médicos e enfermeiros que querem trabalhar e não os deixam. Só me vou referir aos médicos.
Vejamos, portugueses houve quem se oferecesse. Eu fi-lo em Março. Iria como voluntária, não remunerada. Nunca fui chamada. Li colegas que foram mas a obrigatoriedade de cumprir o horário que tinham antes de se aposentarem fê-los não aceitar. Teriam outros compromissos em horário parcial, por exemplo. Outros foram contactados mas o valor que lhes queriam pagar era tão baixo, quase indecente. Não aceitaram.
Há pouco tempo houve outra lista para saber da disponibilidade de médicos. Tanto esta como a de Março foram organizadas pela Ordem dos Médicos. Desta vez não me ofereci.
Agora ouve-se que há muitos médicos brasileiros e venezuelanos que desejam trabalhar. E que não os deixam. Ora vamos a ver, o acordo entre países para as licenciaturas é dentro da UE.
As universidades, os currículos da América do Sul, não são semelhantes aos nossos. Por isso terão de prestar provas, de língua portuguesa e de conhecimentos. Estará o processo a ser demorado, sim, acho que sim. Mas é absolutamente normal que seja exigido.
Ouvi uma médica venezuelana dizer que era incrível um dos exames constar de uma prova escrita com 100 perguntas num tempo que está determinado nos países europeus. Eu fiz em 1981/2 e é obviamente difícil. Mas são as regras de confirmação científica e eu o meu curso já tínhamos 4 anos de prática.
Temos de ter confiança em quem nos assiste, não é?