Um jovem de 12 anos sai da escola desesperado, atira-se ao rio e desaparece nas águas. Os colegas e o irmão assistem à cena impotentes e não o conseguem impedir.
Descrevem-no como um rapaz frágil, sujeito a bullying, ou seja maus tratos físicos, psíquicos, insultos, ameaças, por parte de outros colegas. Estes, por norma são um pouco mais velhos, mas sobretudo mais agressivos e que se aproveitam de alguma fraqueza física e psiquica do outro para exercer pressão, poder e retirar benefícios. Roubam, fazem exigências, criam situações de medo. Ameaçam tentando impedir que o sujeito faça queixa, criando no outro cada vez mais o sentimento do isolamento, da solidão, da inevitabilidade de sofrer. Na escola, nas ruas ou onde o encontrarem.
Há pois um construto agredido/agressor que ultrapassa os muros de uma escola. A situação pode acontecer em qualquer circunstância. O mais fraco cada vez se sente mais fraco e os agressores cada vez mais fortes e impunes.
Por isso é chocante ver o silêncio ou a negação da existência de bullying na escola por parte do conselho directivo e da associação de pais. Certamente resulta do sentimento de que algo correu mal que talvez podesse ter sido evitado, sentimento certamente doloroso.
O bullying é um problema real. Não é de agora, sempre o houve. No entanto a expressão comportamental está muito mais visível actualmente. Os limites impostos pelo exterior, pelas regras, censura e castigos estão menos consistentes nesta nova sociedade global.
Só com uma actuação conjunta dos vários intervenientes sociais/comunitários poderemos proteger os mais fracos.
Pais, escola, centros comunitários e desportivos, psicólogos, serviços de saúde mental da infância e adolescência, comissões de protecção de menores, todos juntos e em articulação podem ser necessários para actuar nos intervenientes de bullying.
Mas a prevenção destas situações deverá começar muito cedo na vida...
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