terça-feira, 9 de março de 2010

Poema - Mário Rui de Oliveira e escultura de Giacometti


Numa das esculturas de Giacometti, tocadas ainda de fogo,
um homem caminha, em movimento solitário e eterno.
Não sabemos se entra, se sai da morte, mas conseguimos reconhecer,
na nobreza do cobre, a própria condição humana.
Como benção ou danação, o escultor devolve-nos a vida em estado puro.
Viver é também isso. Percorrer um campo de anémonas,
quase com vergonha do que trazemos escondido, na mão.

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