sexta-feira, 26 de março de 2010

Aconteceu...que apareceu

.

Como não esperava que o jovem Leandro que se atirou ao Rio Tua aparecesse com vida, foi com alívio que soube que o corpo tinha sido encontrado.
São imensas as histórias que conhecemos de pessoas de quem apesar de certamente mortas, o corpo nunca apareceu. Conheço até algumas famílias que durante anos receberam telefonemas silenciosos em dias especiais, como o aniversário ou o Natal, o que as fez ter sempre a ilusão de que o desaparecido não morreu e manter viva a esperança de um dia o poderem abraçar.
O aparecimento do corpo e as cerimónias de culto habituais, sejam elas quais forem, são importantes para se poder iniciar o trabalho de luto.
Que será sempre incompleto, quando se trata de um filho.
Como dizia uma mãe a quem morreu um filho, numa definição muito correcta, é uma doença crónica com a qual se terá de viver para sempre.

2 comentários:

  1. Nem todos podem ser como Baltasar Mateus, o Sete-Sóis, que "se pai e mãe se lembram dele, julgam-no vivo porque não têm notícias de que esteja morto, ou morto porque as não têm de que seja vivo." (Saramago, Memorial do convento)

    ResponderEliminar

Convido a comentar quando lhe apetecer.