Estas semanas foram "ricas" em acontecimentos que puseram a escola nas primeiras notícias, com o alegado suicídio de um aluno de 12 anos e o suicídio de um professor na casa dos 50 anos.
Muitas coisas se dizem, muitas se escrevem, muitas se silenciam.
Nos casos de suicídio, a propaganda do facto não é bem vinda e pode ser muito contraproducente. É conhecido o fenómeno do "contágio".
No entanto o silêncio do Conselho Executivo da escola de Mirandela parece demasiado. Um breve comunicado teria sido bem vindo. O contacto com a família teria sido obrigatório, seria o mínimo da solidariedade e empatia com ela.
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É grave o que se anda a dizer e a escrever, que o professor da escola de Fitares se suicidou por causa dos alunos. A causalidade linear há muito foi posta em causa. Há a considerar sempre características pessoais internas e factores externos. As dificuldades em gerir no momento a sua profissão, poderá ter sido um factor precipitante, uma vez que seria do conhecimento da escola as dificuldades que o professor teria com os seus alunos. Li que ele fez várias participações a quem de direito na escola e que nada foi feito. Veremos isto como uma ausência de solidariedade de classe?
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Quando alguém está em sofrimento, não será mandatório estudar o assunto e tomar medidas rapidamente? Fazer com que a pessoa sinta que já não está só?
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O suicídio resulta do sentimento de impossibilidade de descobrir uma saída. No entanto há sempre alguma. E quando não a descortinamos a sós, precisamos de a procurar em conjunto com alguém. Frequentemente o suicidário está deprimido, o que faz com que pense tudo de forma negativa.
Só a morte não tem retorno. Por isso tem de ser evitada com uma intervenção solidária, activa a vários níveis, que parece que não terá existido de forma suficiente em nenhum dos casos.
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