Mostrar mensagens com a etiqueta suicídio. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta suicídio. Mostrar todas as mensagens

sábado, 13 de março de 2010

Aconteceu...ainda a propósito da escola


Estas semanas foram "ricas" em acontecimentos que puseram a escola nas primeiras notícias, com o alegado suicídio de um aluno de 12 anos e o suicídio de um professor na casa dos 50 anos.

Muitas coisas se dizem, muitas se escrevem, muitas se silenciam.
Nos casos de suicídio, a propaganda do facto não é bem vinda e pode ser muito contraproducente. É conhecido o fenómeno do "contágio".

No entanto o silêncio do Conselho Executivo da escola de Mirandela parece demasiado. Um breve comunicado teria sido bem vindo. O contacto com a família teria sido obrigatório, seria o mínimo da solidariedade e empatia com ela.
.
É grave o que se anda a dizer e a escrever, que o professor da escola de Fitares se suicidou por causa dos alunos. A causalidade linear há muito foi posta em causa. Há a considerar sempre características pessoais internas e factores externos. As dificuldades em gerir no momento a sua profissão, poderá ter sido um factor precipitante, uma vez que seria do conhecimento da escola as dificuldades que o professor teria com os seus alunos. Li que ele fez várias participações a quem de direito na escola e que nada foi feito. Veremos isto como uma ausência de solidariedade de classe?
..
Quando alguém está em sofrimento, não será mandatório estudar o assunto e tomar medidas rapidamente? Fazer com que a pessoa sinta que já não está só?
..
O suicídio resulta do sentimento de impossibilidade de descobrir uma saída. No entanto há sempre alguma. E quando não a descortinamos a sós, precisamos de a procurar em conjunto com alguém. Frequentemente o suicidário está deprimido, o que faz com que pense tudo de forma negativa.
Só a morte não tem retorno. Por isso tem de ser evitada com uma intervenção solidária, activa a vários níveis, que parece que não terá existido de forma suficiente em nenhum dos casos.
..

sexta-feira, 5 de março de 2010

aconteceu... a propósito de uma notícia - 3

.

Um jovem de 12 anos sai da escola desesperado, atira-se ao rio e desaparece nas águas. Os colegas e o irmão assistem à cena impotentes e não o conseguem impedir.

Descrevem-no como um rapaz frágil, sujeito a bullying, ou seja maus tratos físicos, psíquicos, insultos, ameaças, por parte de outros colegas. Estes, por norma são um pouco mais velhos, mas sobretudo mais agressivos e que se aproveitam de alguma fraqueza física e psiquica do outro para exercer pressão, poder e retirar benefícios. Roubam, fazem exigências, criam situações de medo. Ameaçam tentando impedir que o sujeito faça queixa, criando no outro cada vez mais o sentimento do isolamento, da solidão, da inevitabilidade de sofrer. Na escola, nas ruas ou onde o encontrarem.

Há pois um construto agredido/agressor que ultrapassa os muros de uma escola. A situação pode acontecer em qualquer circunstância. O mais fraco cada vez se sente mais fraco e os agressores cada vez mais fortes e impunes.

Por isso é chocante ver o silêncio ou a negação da existência de bullying na escola por parte do conselho directivo e da associação de pais. Certamente resulta do sentimento de que algo correu mal que talvez podesse ter sido evitado, sentimento certamente doloroso.

O bullying é um problema real. Não é de agora, sempre o houve. No entanto a expressão comportamental está muito mais visível actualmente. Os limites impostos pelo exterior, pelas regras, censura e castigos estão menos consistentes nesta nova sociedade global.

Só com uma actuação conjunta dos vários intervenientes sociais/comunitários poderemos proteger os mais fracos.

Pais, escola, centros comunitários e desportivos, psicólogos, serviços de saúde mental da infância e adolescência, comissões de protecção de menores, todos juntos e em articulação podem ser necessários para actuar nos intervenientes de bullying.

Mas a prevenção destas situações deverá começar muito cedo na vida...