quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Poema - Henrique A. Jorge

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NO CIRCO
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Entram os palhaços no redondel
riem os adultos e riem as crianças,
e dos sapatos grandes do faz-tudo
saem coelhos e pombas brancas.
Faz-se um silêncio longo
com o homem do trapézio a baloiçar nas alturas.
Mas na ponte de ferro que atravessa o rio
da escarpada encosta
ninguém liga ao pintor de fato de macaco,
e na casa que sobe quase às núvens
no trolha que caminha em traves.
Mas no jornal e todos os dias
leio em silêncio o que ninguém repara:
horas sombrias...
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Henrique A. Jorge (1920-1978)

1 comentário:

  1. E toma lá mais uma coincidência - o meu pai também se chamava Henrique. E faz-me tanta falta. Não tenho um poema dele para guardar, porque acho que nunca escreveu nenhum, mas tenho os olhos de homem bom, que nunca mais me vão sair do coração.

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