quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

aconteceu...brincar. Ver, ouvir e inventar

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1. Um dia, um miúdo convidou-me a brincar com as núvens. Agarrou a minha mão e levou-me até perto da janela. E disse apontando para uma das núvens que passava, olha vês, parece mesmo um camelo, e aquela outra, vês, parece uma bruxa. É assim que se brinca, é a inventar acrescentou.
Desde cedo me lembro de fazer este jogo com a minha mãe. A ele, tinha sido o avô cego quem lhe tinha ensinado.
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2. E aquele que está ali, com a camisola azul, sim, aquele, o da mesa do canto, ai, esse tem ar de ser muito chato. De certeza que está sempre sòzinho, ninguém o atura. Tem ar de chefe, de um escritório cheio de pó e escuro...
Esta era uma brincadeira que em grupo fazíamos em espaços públicos. Cada um de nós ia acrescentando alguma coisa, construíndo autênticos romances nunca passados ao papel.
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3. Ouvir bocados soltos de conversas para as continuar dentro de nós, também é uma actividade que pode ser muito divertida.
Hoje no cabeleireiro, entre o atenta e o distraída, quase saltei da cadeira quando ouvi uma senhora falar no médico psicopata que tem umas mãos de ouro. Mas eis que alguém a emenda, não é psicopata, é osteopata.
Ora bolas, assim a minha história vai ter menos graça!

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