O Reginaldo começou nisto de levar os turistas a visitar a sua terra aos 9 anos. Hoje tem 21 anos mas parece à vontade uns 30.
O cavalo é o mesmo, tem agora 12 anos. No começo era tão bravo que ele sentado fingia guiar mas à frente o Rodrigo, parceiro da mesma idade, segurava o cavalo.
Até que o cavalo foi amansando e puderam fazer escala de serviço, um trabalhava outro folgava.
O Reginaldo é um homem crente e muito religioso. Contou várias histórias de verdadeiros milagres, nomeadamente o desaparecimento de um nódulo na mama da sua mãe depois dele ter feito um pedido ao padre Reginaldo de Curitiba.
Essa fé fê-lo ligar a rádio e ouvir a missa dita pelo tal padre durante e enquanto nos explicava a história da sua cidade. De vez em quando benzia-se.
Numa das folgas o Rodrigo foi tomar banho ao Rio das Mortes, que passa aqui em Tiradentes, afogou-se e morreu.
Desesperado com a perda do amigo, o Reginaldo clamava "Ó Rodrigo, Rodrigo!" e a cada chamamento desesperado o cavalo virava a cabeça e olhava para ele.
Por isso o cavalo ficou a chamar-se Rodrigo.
hoje amansam-me mais estas histórias e esta crença distinta nas pessoas e das pessoas que vivem neste modo (des)protegido entre "bestas".
ResponderEliminarImagino as águas e, no Rodrigo que foi nelas até um outro lugar; um outro mundo. Lá onde estavas recria-se o possível da subsistência.
Sobreviver com um afecto entre os mais pequenos seres e aí sim-os dos jardins do paraíso. Só, e apenas sem nada mais.