382º dia do recomeço do blog
Está fora de qualquer dúvida hoje em dia a importância da relação da Mãe e do Pai com o bebé; da importância do apoio à criança em momentos mais difíceis da vida.
Ao olhar as imagens das crianças nos centros de refugiados, muitas vezes a correr, brincar e sorrir, quem imagina que marcas poderão ficar para a vida? Dos que têm lá os pais e dos que estão sozinhos?
Sempre me preocupou o bem estar psicológico das crianças. Essa terá sido uma das razões que me levou a ser médica pedopsiquiatra.
E no meu caminho profissional fiz um estágio de pediatria num hospital pediátrico nos anos 70 do século passado. As crianças eram internadas e não tinham como hoje o direito de estarem acompanhadas pela família, mãe ou pai como hoje. Tinham direito a uma visita breve de um deles, normalmente da Mãe.
O estágio começou com uma reunião com um médico chefe. E a certa altura pude fazer-lhe uma pergunta, sobre a vantagem para as crianças de poderem ser acompanhadas durante o internamento pelas mães. Tenho a certeza de na altura ter dito mãe, os pais ainda não tinham entrado completamente na nossa narrativa. Não me esqueço da resposta que ele me deu e que me apetece reproduzir "Ah, a dra. é daquelas que defendem que as mães venham para o hospital acompanhar os filhos e os pais passem ficar com as meias rôtas?".
Fiquei sempre com dúvida se foi uma resposta provocatória, se embirrou comigo na hora, tanto mais quanto ouvia falar dele como um bom médico. Na altura ser competente seria só saber da parte física?
Felizmente nem todos pensavam assim e hoje é muito importante o acompanhamento das crianças e fizeram-se leis para a sua efectivação.