quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

As tradições vão-se aligeirando

 

281º dia do recomeço do blog


Não me entusiasmo com o Natal, já o disse. Mas faço questão de manter a tradição do paladar.

Este dia 23 de Dezembro tem umas horas na cozinha. Trato de alguns dos doces que a minha Avó Arminda e a minha Mãe faziam.

Rabanadas de leite e chá preto, nunca ouvi mais ninguém falar. O chá dá-lhes uma cor escuras, menos airosas. As fatias de pão feitio cacete, que curiosamente só se encontra nas padarias nesta época. Mas a avó tirava a côdea, o que transformava a obra numa coisa mais sublime. Não é fácil, desisti. Por cima, para quem quiser, uma calda de açúcar e canela. Canela em pau mas da séria. Grande, comprida, enrolada várias vezes, não, não se encontra nos supermercados.

E os Russos, que também dão um trabalhão. Uns quadrados pequenos de noz e amêndoa e que em toda a volta levam manteiga fresca que depois é molhada em noz e amêndoas picadas grosseiramente. Depois de feito num grande tabuleiro, cortados e trabalhados um a um. A minha mãe ainda os abria e recheava com o tal creme. Não sei como conseguia. Tão difícil!

Tradição aligeirada. Mas não chegam estas duas sobremesas?