quarta-feira, 26 de agosto de 2020



166º dia de recomeço do blog



Ética

Tenho ficado muito incomodada com o que leio escrito por colega médicos. 
Para alguns, o dinheiro, o horário de trabalho são talvez o mais importante.
Não da minha geração.

"Conceito antiquado" "Querem que sejamos escravos" "Façamos greve, se querem ver". Já li de tudo nas redes sociais.

Faz parte da nossa ética, podemos não poder resolver, mas mesmo se só avaliarmos e orientarmos se for caso disso é de grande utilidade. 

Lembrei-me de uma história passada comigo há muitos anos. Estava no Serviço Médico à Periferia a 400 km da minha residência. O hospital mais perto ficava a 30 quilómetros. Já depois de jantar bateram à porta. Era uma mulher que tinha ficado com uma espinha larga de bacalhau na garganta. Mandava embora? Não, fui buscar a minha pinça de sobrancelhas e com muito cuidado vi se conseguiria resolver a situação sem lesar a garganta ou mandar fazer a distancia até ao serviço de urgência. E consegui.

Poderia ter dito que estava fora do horário, que não tinha material apropriado etc. Mas assumi que era médica porque quis e sabia e devia pôr a minha utilidade para a população.