sábado, 27 de agosto de 2011

Poema - Jorge de Sena

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CADASTRADO
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Uma vez, aos sete anos,
partiu à pedrada a lanterna da porta da igreja.
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Dez anos depois, conduzindo um carro,
não parou num cruzamento de rua
onde havia um sinal de stop.
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Dois anos depois, teve uma briga
num bar, e partiu a cabeça de uma amigo
com uma garrafa de cerveja.
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Quando se recusou a combater no Viet-Nam,
o seu cadastro provava desde a infância
sempre manifestara sentimentos
nitidamente de traidor à pátria.

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