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AMOR COMO EM CASA
Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Aconteceu...Há algo de podre no reino da Dinamarca!
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Na minha infância, sobretudo nas épocas festivas, íamos ao Porto onde parte da família morava. Eram umas viagens longas, por estradas estreitas e com muitas curvas que chegavam a demorar oito horas de carro.
Mas quando outros tios e primos se juntavam, costumavamos ir de combóio, viagem mais curta e muito mais divertida. Para além de nos podermos movimentar, dava tempo para muita conversas, jogos e, imprescindível, uma refeição na carruagem restaurante.
Será uma memória real ou tranformada pelo tempo, condensando várias sensações e escondendo outras, mas as omeletes mal passadas fazem parte das minhas memórias de viagem na CP desse tempo.
Entre olhar para fora e deixar-me prender pela paisagem, viajo dentro de mim e vou escrevendo. Estou dentro de um comboio da CP.
Leio nos jornais, que têm sido desactivadas linhas e deixado pessoas apeadas. Todos terão de ter carro?
E o preço dos bilhetes, porque será cerca de 4 vezes mais do que quase a mesma distancia que há dias fiz em Itália?
Há algo de podre reino da Dinamarca!
terça-feira, 17 de maio de 2011
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Poema - Rui Almeida
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O homem que se olha ao espelho sabe
Que vai morrer. Não sabe quando ou como,
Mas reconhece a finitude da vida
- Da sua vida, de cada vida.
.Contempla o processo biológico
E admira-se perante o zelo do tempo
A modelar-lhe a velhice do rosto.
domingo, 15 de maio de 2011
Aconteceu...avó, tu já viste uma pulga?
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Nasci na segunda metade do século passado. Os anos passam. Sei e reconheço naquilo que me rodeia.
Tenho lembranças que serão vistas como estranhas curiosidades para os mais novos.
Mas a minha idade cronológica não se articula com a minha idade subjectiva, esqueço-me frequentemente dela, tornando-se-me desconhecida.
.Mas a minha idade cronológica não se articula com a minha idade subjectiva, esqueço-me frequentemente dela, tornando-se-me desconhecida.
O meu neto, "especialista" em dinossauros, um destes dias perguntou-me, cheio de curiosidade, se eu já tinha visto uma pulga. Curioso desvio de interesse do gigante para o minúsculo.
Quando eu era miúda havia pulgas, não muitas na minha casa mas esporadicamente aparecia uma que merecia uma caçada especial.
..Não me tinha dado conta que já há muitos anos que não me cruzo com nenhuma.
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As crianças, por todas as razões, confrontam-nos com o tempo.
Naquele momento e na conversa que se seguiu, senti-me pré-histórica, quase um dinossauro.
Etiquetas:
curiosidade de criança,
dinossauro,
pulga
sábado, 14 de maio de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Poema - Manoel de Barros
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Pela rua deserta atravessa um bêbado comprido
e oscilante
como bambu
assobiando...
.
Ao longo das calçadas algumas famílias
ainda conversam
velhas passam fumo nos dentes, mexericando...
Nhanhá está aborrecida com o neto que foi estudar
no Rio
e voltou de ateu
- Se é para desaprender, não precisa mais estudar
.
Pasta um cavalo solto no fim escuro da rua
O rio calmo lá embaixo pisca luzes de lanchas
acordadas
Nhanhá choraminga
- Tá perdido, diz que negro é igual com branco!
Pela rua deserta atravessa um bêbado comprido
e oscilante
como bambu
assobiando...
.
Ao longo das calçadas algumas famílias
ainda conversam
velhas passam fumo nos dentes, mexericando...
Nhanhá está aborrecida com o neto que foi estudar
no Rio
e voltou de ateu
- Se é para desaprender, não precisa mais estudar
.
Pasta um cavalo solto no fim escuro da rua
O rio calmo lá embaixo pisca luzes de lanchas
acordadas
Nhanhá choraminga
- Tá perdido, diz que negro é igual com branco!
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