Na minha infância, sobretudo nas épocas festivas, íamos ao Porto onde parte da família morava. Eram umas viagens longas, por estradas estreitas e com muitas curvas que chegavam a demorar oito horas de carro.
Mas quando outros tios e primos se juntavam, costumavamos ir de combóio, viagem mais curta e muito mais divertida. Para além de nos podermos movimentar, dava tempo para muita conversas, jogos e, imprescindível, uma refeição na carruagem restaurante.
Será uma memória real ou tranformada pelo tempo, condensando várias sensações e escondendo outras, mas as omeletes mal passadas fazem parte das minhas memórias de viagem na CP desse tempo.
Entre olhar para fora e deixar-me prender pela paisagem, viajo dentro de mim e vou escrevendo. Estou dentro de um comboio da CP.
Leio nos jornais, que têm sido desactivadas linhas e deixado pessoas apeadas. Todos terão de ter carro?
E o preço dos bilhetes, porque será cerca de 4 vezes mais do que quase a mesma distancia que há dias fiz em Itália?
Há algo de podre reino da Dinamarca!