segunda-feira, 11 de abril de 2011
domingo, 10 de abril de 2011
Poema - Ruy Belo
.
AOS HOMENS DO CAIS
Plantados como árvores no chão
ao alto ergueis os vossos troncos nus
e o fruto que produz a vossa mão
vem do trabalho e transparece a luz
Nenhum passado vale o dia-a-dia
Sonho só o que vós consentis
Verdade a que de vós só irradia
- Portugal não é pátria mas país
AOS HOMENS DO CAIS
Plantados como árvores no chão
ao alto ergueis os vossos troncos nus
e o fruto que produz a vossa mão
vem do trabalho e transparece a luz
Nenhum passado vale o dia-a-dia
Sonho só o que vós consentis
Verdade a que de vós só irradia
- Portugal não é pátria mas país
sábado, 9 de abril de 2011
Aconteceu...Dar o exemplo é dar-se como exemplo!
Muitas crianças e jovens inteligentes têm dificuldades na escola.
Cansam-se com facilidade não são capazes de investir uma tarefa, estão frequentemente desatentos, não tiram prazer nenhum em aprender, em saber coisas novas. O professor é considerado uma pessoa chata, que só obriga a trabalhar e que às vezes até lhes manda trabalhos de casa.
Para eles o recreio e os amigos justificam a sua ida à escola. Todo o resto é um frete.
Alguns, e apesar de gostarem dos recreios, têm também muitos problemas aí. Irritam-se com facilidade se a brincadeira não lhes vai de feição, passam à acção, partindo para a porrada se algum colega se lhes atravessa no caminho, não suportam perder. Batem e são batidos pelos outros, que por vezes se unem para vinganças.
Em casa são frequentemente desobedientes, querem instituir as regras, horas a que devem comer, lavar-se ou deitar-se. Entram em conflito facil com os pais, os quais oscilam entre irritar-se e castigar ou um fazer de conta que não viram, muitas vezes receosos das suas próprias reacções perante o comportamento dos filhos.
Conheço muitas crianças e pais assim.
Para além de medidas terapêuticas e pedagógicas que se possam instituir, muitas vezes estas crianças têm indicação para praticarem desporto em grupo, integram clubes, nomeadamente para a prática do futebol. E, para bem deles, muitos no jogo são o que não conseguem ser na escola, bons.
Através do jogo, aprendem a cumprir regras, a perder e a ganhar, vão melhorando a sua imagem interna e, de forma indirecta, vão ganhando qualidades que os vão ajudar a investir também a aprendizagem.
"Não sou electricista", único comentário do treinador do Benfica perante um apagão selvagem no fim de um jogo perdido, criando riscos para os jogadores e os adeptos ainda dentro do estádio.
Nem todos serão assim, e acredito que muitos misters amadores que têm as crianças e jovens nas suas equipas sejam diferentes, não sejam mal educados e "apsicopatados" e saibam dar o exemplo que os miúdos precisam.
Através do jogo, aprendem a cumprir regras, a perder e a ganhar, vão melhorando a sua imagem interna e, de forma indirecta, vão ganhando qualidades que os vão ajudar a investir também a aprendizagem.
"Não sou electricista", único comentário do treinador do Benfica perante um apagão selvagem no fim de um jogo perdido, criando riscos para os jogadores e os adeptos ainda dentro do estádio.
Nem todos serão assim, e acredito que muitos misters amadores que têm as crianças e jovens nas suas equipas sejam diferentes, não sejam mal educados e "apsicopatados" e saibam dar o exemplo que os miúdos precisam.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Poema - Inês Lourenço
.
CONSOANTES ÁTONAS
Emudecer o afe(c)to português
Amputar a consoante que anima
a vibração exa(c)ta
do abraço, a urgência
tá(c)til do beijo? Eu não nasci
nos Trópicos; preciso desta interna
consoante para iluminar a névoa
do meu dile(c)to norte.
CONSOANTES ÁTONAS
Emudecer o afe(c)to português
Amputar a consoante que anima
a vibração exa(c)ta
do abraço, a urgência
tá(c)til do beijo? Eu não nasci
nos Trópicos; preciso desta interna
consoante para iluminar a névoa
do meu dile(c)to norte.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Aconteceu...Triste espectáculo!
Há pouco dei por mim a pensar nos saltimbancos que apareciam na praia quando eu miúda.
O espectáculo era montado rapidamente sobre a areia. Um pano de cetim vermelho, brilhante, era posto no chão e serviria de palco. Simultaneamente, o batuque de um tambor ia chamando gente para o espectáculo começar.
Por cima do pequeno espaço que o pano delimitava, e sempre ao som da mesma música, os vários elementos do grupo exibiam a sua arte, cambalhotas e contorcionismo.
Eram normalmente famílias, com adultos e crianças, treinadas sabe-se lá com que sacrifícios.
Também traziam uma cabrinha, cujo número artístico era pôr-se e aguentar-se sem cair em cima do gargalo de uma garrafa, as quatro patinhas a caberem naquele espaço ínfimo.
Lembrei-me também dos artistas do teatro ambulante dos fantoches. Tal como os saltimbancos, também trabalhavam ao ar livre e sem poiso certo. Carregavam um biombo da altura de um adulto. Com ele montavam uma casinha de quatro faces, numa das quais existia uma janela que era a boca de cena.
Lá dentro, uma ou duas pessoas protegidas dos nossos olhares, manejavam fantoches de madeira, bonecos pequenos vestidos de pessoas, que se batiam. O enredo era muito pobre, quase sem história.
E uma voz fanhosa, do boneco mais forte para o mais fraco dizia ora toma, ora toma, enquanto eles se batiam até que um tombava, vencido.
No fim, com uma bandeja para recolher a paga, davam a volta pela assistência que ali se tinha junto, maioritariamente composta por crianças, que corriam juntos dos pais a pedir a moedinha.
Aos meus olhos de adulta, são imagens tristes.
Recordações como metáfora, pelo andar errante da carruagem portuguesa?
Etiquetas:
espectáculo de pobreza,
fantoches,
saltimbancos
terça-feira, 5 de abril de 2011
Subscrever:
Mensagens (Atom)