É numa pasta onde durante o ano se vão enfiando, que coabitam aqueles papéis, todos misturados, uns de pernas para cima, outros de pernas para baixo, uns pequenos, outros largos, juntinhos.
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Tantos meses assim, mais de um ano para alguns, ali fechados, espalmados uns contra os outros, imagino que talvez tenham travado conhecimento entre si, quem sabe se relações de amizade ou mesmo algum namoro. Será talvez por isso que tenho algum pudor e adio, dia a dia, mexer-lhes.
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Tantos meses assim, mais de um ano para alguns, ali fechados, espalmados uns contra os outros, imagino que talvez tenham travado conhecimento entre si, quem sabe se relações de amizade ou mesmo algum namoro. Será talvez por isso que tenho algum pudor e adio, dia a dia, mexer-lhes.
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Chegado a esta altura do ano, essas eventuais relações vão acabar, coitados, outras vão ser construídas, por força da lei, vão ser organizados. Quer queiram quer não, serão separados, classificados por rubricas.
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E eis que falta um, não estava na pasta, terá fugido, tentando determinar o seu destino, mas em vão, acaba por ser encontrado.
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Todos os anos é assim, uma luta com os papéis, que há que preencher o impresso do IRS na internet, submeter e enviar.
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Todos os anos é assim, uma luta com os papéis, que há que preencher o impresso do IRS na internet, submeter e enviar.
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