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APAGA AS ESTRELAS
No centro da cidade, um grito. Nele morrerei, escrevendo o que a
vida me deixar e sei que cada palavra escrita é um dardo
envenenado. Tem a dimensão de um túmulo e todos os teus gestos
são uma sinalização em direcção à morte.
Mas hoje, ainda longe daquele grito, sento-me na fímbria do mar.
Medito no meu regresso.
Possuo para sempre tudo o que perdi, e uma abelha pousa-me no
azul do lírio e no cardo que sobreviveu à geada. Bebo, fumo,
mantenho-me atento, absorto - aqui sentado, junto à janela
fechada. oiço-te ciciar: amo-te, pela primeira vez, e na ténua
luminosidade que se recolhe ao horizonte, acaba o corpo. Recolho o
mel, guardo a alegria, e digo-te baixinho:
Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do
mundo que nos foge.
APAGA AS ESTRELAS
No centro da cidade, um grito. Nele morrerei, escrevendo o que a
vida me deixar e sei que cada palavra escrita é um dardo
envenenado. Tem a dimensão de um túmulo e todos os teus gestos
são uma sinalização em direcção à morte.
Mas hoje, ainda longe daquele grito, sento-me na fímbria do mar.
Medito no meu regresso.
Possuo para sempre tudo o que perdi, e uma abelha pousa-me no
azul do lírio e no cardo que sobreviveu à geada. Bebo, fumo,
mantenho-me atento, absorto - aqui sentado, junto à janela
fechada. oiço-te ciciar: amo-te, pela primeira vez, e na ténua
luminosidade que se recolhe ao horizonte, acaba o corpo. Recolho o
mel, guardo a alegria, e digo-te baixinho:
Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do
mundo que nos foge.
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