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DUAS LIÇÕES
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I
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Todos os materiais servem ao poeta:
o som de um tambor,
a angústia de uma mulher nua,
a lembrança de uma utopia.
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A vida deposita, diariamente,
no altar profano da poesia
a sua dádiva generosa:
estrelas e detritos.
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E tudo a poesia sacrifica.
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II
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Para amar um poema,
é preciso ter coração e
sangue nas veias.
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E que o poema seja uma carícia
ou um soco na boca do estômago.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
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