sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Quem te avisa teu amigo é

 


224º dia do recomeço do blog


Conselho antigo de Trás-os-Montes, ouvido hoje.


Leitão de mês
Cabrito de três
Mulher de 18
Homem de 23

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

carne da matança do porco e canja de galinha

 

223º dia do recomeço do blog

Já há anos fui convidada para assistir à matança do porco. Aliás fui várias vezes convidada e em terras diferentes. Nunca achei muita graça mas aproveitei para ver ao vivo. E descobrir diferenças, não no porco mas na festa gastronómica que se lhe seguia.

Nem a matança nem as comidas frescas de porco acabado de matar me agradaram. Sangue cozido, fígado frito em "entretinho" como diziam, que penso ser a parte de gordura externa do estômago e outras iguarias que deliciavam os presentes.

Mas uma dessas matanças foi numa casa de uma aldeia ribatejana. A piada é que a festa, de facto era para os homens. Matar, desmanchar o bicho era um homem contratado para o efeito. Os pedaços de carne foram entregues às mulheres, que estavam na cozinha e iam cozinhando. Eles estavam numa sala que não era habitualmente de jantar, com pão, vinho, nozes e figos secos e aguardando que uma mulher lhes fosse levando as comidas conforme acabassem de ser feitas. Não ficavam lá, entregavam e voltavam para a cozinha.

Acabado o repasto das carnes do porco não faltou o arroz doce, amarelo e seco como é uso naquela terra.

Para as mulheres, apesar do trabalho, aquilo também era uma festa. Viam como natural não estarem na sala com os maridos, os irmãos, os filhos porque era tudo da mesma família.

Durante este tempo esteve ao lume uma panela com uma galinha a cozer. Depois deitaram-lhe a massinha.

Canja foi a comida de mulheres, o almoço na cozinha. E que boa que estava!

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

O javali do "Palito"

 

222º dia do recomeço do blog

Calhou ligar o telejornal para a SIC, já ia adiantado e  começo a ouvir falar do "Palito", um homem que  assassinou a mulher e outra familiar e que depois andou fugido imenso tempo. Era de Trevões, uma aldeia pertencente a S. João da Pesqueira, distrito de Viseu. Fiquei admirada, não entendi a razão porque isso já se passou há uns anos e o homem continua dentro de grades. 

Ora há uns 2 anos passei uns dias lá em casa de uma amiga. Todos os dias passeávamos, os arredores são lindos, falávamos, e íamos para uma praia fluvial de uma barragem a uns poucos quilómetros de distância.

Se não fosse esta praia com pinheiro quase até à água não sei como teríamos suportado os 50ºC que de tarde ali estavam.

Um dia decidiram que o jantar seria uma perna de javali, congelada há 1 ano ou mais. Seria feito num forno solar. Foi giro ver como se fazia, 7 horas a cozinhar ao sol, o tacho próprio cheio de temperos e vinho. Com batatas cozidas e uma salada foi um óptimo jantar!

Fiquei na altura a saber que o naco de carne delicioso que eu estava a comer tinha sido caçado pelo "Palito". 


terça-feira, 20 de outubro de 2020

O souflê ou como o micro ondas não veio contribuir para a economia doméstica.

 

221º dia do recomeço do blog

Comia-se muito bem em casa dos meus Pais e dos meus Avós. Nenhuma sobra se perdia, tudo era transformado num novo prato que servia de refeição no dia seguinte.

Os micro ondas vieram alterar esta economia doméstica. O que daria para transformar e 4 comerem, é agora comido por uma só pessoa que o aquece em poucos minutos.

Desde que saí de casa dos meus Pais, há muitas décadas, nunca mais tinha comido um souflê, umas dessas comidas de aproveitamento.

Tinha o pirex próprio que veio de casa da minha Mãe, uma cabeça com um pouco de pescoço de pescada que sobrou do que desde sábado tem sido o meu almoço e meti mãos à obra.

Não vou pôr a receita porque se pode ver na internet.

Éramos 3 à mesa. O truque é colocar na mesa mal estiveja pronto e assim foi. Subiu tanto que quase tocou na parte de cima do forno e veio alto e bonito para a mesa. Sobrou, agora sim o micro ondas vai trabalhar.

Comida "fina", francesa, mas há coisas muito mais saborosas. 

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

 

220º dia do recomeço do blog


- Há pouco telefonei ao empreiteiro. Disse-me que só tinha chovido de tarde mas que de manhã tinham "arrematado" o telhado. Espero que seja ter feito o remate. E que amanhã ia para lá fazer outras coisas e veriam se caiu alguma água. Que fazer senão ter esperança que acabe e bem. Mas ainda falta muito...

- Falei de uma exposição de um colega meu no sábado. 

Ricardo Laires, médico e especialista em oftalmologia, decidiu como eu fiz, aposentado dedicado a outra arte, no caso dele a pintura.

Esta exposição chama-se Memórias Sobrepostas e gostei dos seus quadros de técnica mista sobre tela. 

Está na Xuventude de Galícia, Centro Galego de Lisboa.

Escreveu "No meu tipo de pintura não há esboço. O meu acto criativo é a antítese do trabalho cerebral. De tal maneira que chego a ser surpreendido com o meu próprio trabalho. É durante esse processo que surgem as ideias. A musa quando aparece é no acto da criação, não antes" (...)

Como te compreendo Ricardo, também começo frequentemente na minha arte, joalharia, sem saber o que vou fazer. Vai aparecendo, crescendo até eu achar que tem a forma certa e que eu gosto.

domingo, 18 de outubro de 2020

Tempestade Bárbara


219º dia do recomeço do blog 



Desde Junho que combinei com o empreiteiro as obras da casa de aldeia. Eu queria para Agosto e ele não disse que não. Telefonemas, conversas, sempre a sossegar-me, que aguardava as telhas, era já na 2ª  ou na 6ª f, passava a semana e seria na próxima, bem vê as telhas vêm de Espanha, há o transporte, se não encherem não partem, blá, blá e blá.

Passou Agosto, Setembro e parte de Outubro.

Foi só na semana passada que começou a mudar o telhado. A casa não tem placa, são tectos de madeira, antigos e trabalhados através do encanastrado em várias direcções das tábuas de madeira. 

Vêm aí a tempestade Bárbara, com chuvas intensas e vento forte. O que irá se passar com parte da casa? 

Estou nervosa, zangada, ansiosa. Conseguirei dormir?

sábado, 17 de outubro de 2020

Recantos a redescobrir em Lisboa

 

218º dia do recomeço do blog


Uma exposição de pintura de um colega meu levou-me para uma zona de Lisboa muito bonita, o Torel.

Já que estava ali aproveitei para dar uma voltinha. Tem ruas com palácios muito bonitos. Azar meu, comecei pelo Jardim do Torel onde os grupos em confraternização sem distanciamento eram mais que as mães e além de mim só vi uma pessoa de máscara.

Perdi a vontade de continuar a passear.

Dirigi-me para o carro e ao passar no Jardim Braancamp Freire (Campo Santana/ Campo Mártires da Pátria) vi uma árvore linda. Num semáforo vermelho foi pela janela que a fotografei.


A curiosidade fez-me andar pelo google a tentar descobrir que árvore é, depois de ler as espécies existentes naquele espaço. Julgo ser uma C. cunninghamiana é um mesofanerófito (...) As flores agrupam-se em inflorescências racemosas contendo apenas flores de um único sexo. As flores masculinas são castanho-avermelhadas e as flores femininas avermelhadas (...)

O meu gosto por paisagens e árvores tem-me nascido com a idade. Velhice pela certa.