quarta-feira, 19 de agosto de 2020
159º dia de recomeço do blog
Quando se conversa muito ou se vê muita televisão, ler tem de ficar para trás.
Deixaram-me no quarto que vim ocupar um livro, de propósito se eu me apetecesse ler.
Como sempre trouxe um livro de minha casa. Mas este que aqui deixaram não tenho, por isso pensei logo que me ia agarrar a ele.
Rubem Fonseca, O Seminarista.
Já li vários dele. E gostei sempre.
Mas vim para ouvir, falar, até fomos almoçar fora, sempre ocupada, com gosto.
O tempo ficou ocupado. Só agora terei um bocado, já está tudo a dormir, até o cão, que ressona baixinho.
Vou aproveitar para ler.
terça-feira, 18 de agosto de 2020
158º dia de recomeço do blog
Um flash
Está doente por isso vim.
Estar atenta, fazer companhia, ouvir e falar.
A face escavada, uma leve pele descolorida em cima dos ossos, os olhos encovados e tristes e as sobrancelhas que não emagreceram e passaram a ser volumosas.
Tal como nos últimos tempos do meu Pai, daqueles em que já não há registo fotográfico.
Já foi dormir, está muito fraco. Conseguirei o que me propus?
segunda-feira, 17 de agosto de 2020
157º dia de recomeço do blog
Não estou de férias, estou aposentada. Por vezes quer dizer férias permanentes mas nem sempre.
Pela liberdade de tempo e horários, estive no Algarve antes da época de verão. Bom tempo, sem filas e praias livres de pessoas. Até no mercado do peixe da Quarteira, um dos melhores que há, não tinha filas.
Agora estão por lá filhos e netos e desde o fim da semana passada há vento, água fria e ar fresco. Parece que começou hoje a melhorar.
Há filas para os hipermercados, e mercado.
Que bom estar aposentada e poder ir quando quero. E sobretudo quando os outros não podem.
Boas férias rapazes, que o tempo melhore que sei que sabem escolher praias ainda quase desertas!
domingo, 16 de agosto de 2020
156º dia de recomeço do blog
Hoje fui beber café a uma esplanada com 2 amigas.
Umas das coisas que se falou foi o que é isto de ser amiga e quase todas na casa dos 70 anos quando e como se fazem amigos a partir dos 50-60 anos.
Não chegámos a conclusões novas mas estávamos de acordo.
Difícil fazer novos amigos excepto se tivermos pontos no passado em comum.
Com estas duas, frequentámos a mesma escola, no caso Lycée Français Charles Lepièrre em Lisboa.
Uma delas frequentou a mesma praia que eu, a chamada praínha, em Sesimbra. Era uma praia pequena, actualmente ocupada pelo Porto. Era amiga de um dos irmãos dela, que andou comigo no mesmo liceu em pequeno e outro meu colega nos últimos anos do liceu.
Médica como eu.
A outra veio do Brasil recomendada pelos meus tios. O pai era diplomata da ONU e acabou também no mesmo liceu e na minha turma. Fiz férias com ela algumas vezes na sua quinta na Beira. Os nossos Pais tiveram alguma relação. Um tempo longo nos separou quando escolhi medicina e ela letras.
O que nos voltou a aproximar foi a criação de um grupo composto por alunos do liceu, onde nos organizamos em grupos de interesse, podendo pertencer a vários. Almoços, jantares e picnics.
Destas aproximações algumas mantiveram-se. Quais? As que tinham passados de amizade que se cruzaram. E isso é essencial!
sábado, 15 de agosto de 2020
155º dia de recomeço do blog
A nossa televisão
Tenho uma amiga que foi passar as férias para os Alpes franceses. Com filho e neto alugaram uma casinha, diz que muito gira e com boa vista.
Diz que há imensa gente, sobretudo franceses, quer nas moradias do aldeamento onde a deles se situa, quer na aldeia próxima onde se vai a pé.
Não contavam com tanta gente. Em qualquer esplanada para jantar têm de marcar.
Um pouco como aqui em certos sítios, o turismo português ocupou quase tudo e ainda bem.
Mas comecei por falar na televisão.
Não consegue fazer as grandes caminhadas, escaladas e outras coisas que tais que a família faz.
A minha amiga septuagenária fica por vezes em casa ou no jardim que a rodeia. Entre leitura, tricot e televisão o tempo passa depressa.
Disse-me ontem que tem saudades da TV portuguesa. Diz que os programas deles são péssimos e que até a Arte, que era um excelente canal já não é como era.
De facto, ontem até vi bastante televisão. de tarde um filme de culto numa estação de cabo, Blade Runner, que já tinha visto há muitos anos, e gostei de rever.
À noite na RTP2 um filme de Gus Van Sant, O Mar Das Árvores. Passado parcialmente no Japão, floresta Aokigahara onde muitos japoneses se vão suicidar ou desistir como neste caso mas depois de pensamentos, reconstruções das memórias da sua vida, empatia com outro, japonês com quem trocou aspectos das diferentes culturas.
A existência do canal 2, RTP2, é uma benesse. Esperemos que a economia dos números, nunca muitos espectadores, o consigam manter com esta qualidade.
sexta-feira, 14 de agosto de 2020
154º dia de recomeço do blog
Agosto
Em criança com os meus Pais fazia sempre férias neste mês. Teria certamente a ver com o trabalho da minha Mãe, em que no consultório e como médica escolar era o mês mais morto, como se dizia. Para além da praia, termas e viagens ao estrangeiro o mês passava.
Depois, já maior e autónoma na minha adolescência, eram 3 meses em Sesimbra e os meus pais vinham trabalhar a Lisboa e voltavam à noite. Mantinham-se algumas viagens que não me davam muito prazer pelo calor e a peregrinação cultural que as regiam.
Casada e com filhos alugávamos casa em Setembro. Os dias eram mais curtos mas menos quentes no Sotavento Algarvio. Agosto era passado a trabalhar, com muito menos utentes a recorrerem ao serviço onde trabalhava. E era tão bom o trabalho mais ligeiro e depois passear por Lisboa!
Nos últimos anos e já aposentada, faço férias quando quero, considerando que isso é ter um programa diferente do habitual.
Há 3 anos estive a trabalhar numa oficina de joalharia no Chiado, Lisboa. Todos os dias apanhava o metro e saía junto à Brasileira. Quase nem se podia andar, tantos os turistas. Muito barulho, vários artistas de rua, alguns espantosos distanciados pelas esquinas. Abafado de calor e gente.
Actualmente fico em Lisboa. A casa que herdei em Vilamoura é usada pelos meus filhos que são obrigados a gozar as férias nesta altura. Meio mês para cada um.
Passear por Lisboa, agora, é esquisito. Quase tudo vazio, os poucos que se encontram estão de máscara e são maioritariamente portugueses.
Mês morto! Até quando?
quinta-feira, 13 de agosto de 2020
153º dia de recomeço do blog
Há quase 20 anos fui a um jantar com os rapazes e raparigas da turma da Universidade Católica que o meu filho mais novo integrava. Finalistas, julgo.
O Vasco Palmeirim contou esta história ontem no concurso Joker. Fiquei a saber que tinha sido ele, um dos alunos, a ter a ideia de fazer um jantar com as mães de cada um para se ficarem a conhecer.
O final da noite foi no Lux, onde o porteiro estranhou o grupo. Quando soube que eram Mães e filhos riu-se tanto que nem se pagaram as entradas.
Lembro-me perfeitamente. Foi muito divertido. O Vasco, ficou perto de mim à mesa e fartei-me de rir com o seu humor.
Na altura estranhei o convite. Uns crescidos a quererem um jantar com as mães pareceu-me uma ideia bizarra. Imaturos?
Hoje a esta distância vejo a criatividade do Vasco. E a ausência de pré-conceitos que ideia do jantar de mães implica.
Não fiquei com ligação com nenhuma das mães presentes. Mas isso era quase suposto, não era?
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