quinta-feira, 28 de abril de 2011

Poema - Patrícia Baltazar

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Em paisagens humanas importa-me distinguir a sede dos olhos que ainda procuram.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Aconteceu...hábitos tabágicos em pré adolescentes

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No início da minha vida profissional, quase todos na equipa éramos fumadores. Fumava-se antes, durante  e depois das reuniões, fazendo com que o ambiente fosse semelhante a um dia de grande nevoeiro, baço e translúcido.
Havia médicos que fumavam durante as consultas, mesmo que o cliente fosse uma criança.
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Nos anos 80, 90 e 2000, verifica-se uma diminuição de adultos fumadores, mas aumenta o tabagismo nos adultos jovens e também nas crianças pré adolescentes. Não temos estudos epidemiológicos em Portugal que nos forneçam dados, é mais um conhecimento por evidência.

Não ouvi ainda nenhum dos pré adolescentes ou um pouco mais velhos falarem-me  nos seus hábitos tabágicos com preocupação. A maior parte esconde, mas outros sentem nisso algum orgulho, forma de se afirmarem como crescidos, de serem aceites em certos grupos.

Este acessório postiço como forma de se afirmar para o exterior pode esconder nesses jovens uma fragilidade interna que fica menos acessível aos outros com algumas atitudes como esta.

O tabagismo precoce pode ser definido como o fumo de 10 e mais cigarros por dia.
Alguns podem iniciar-se cedo, tão cedo como aos 8 anos, em crianças sem famílias ou com famílias desorganizadas e que protegem pouco.

Não admira pois que, a par do consumo precoce  de cigarros, este  último grupo de  crianças apresentem frequentemente  outras dificuldades, como rendimento escolar deficitário, alterações de comportamento, absentismo escolar, podendo se deixados entregues a si próprios, vir a engrossar o número dos que acabam por abandonar a escola e outras situações que os colocam à margem da sociedade.   

A resolução deste problema não pode começar na consulta dos psicólogos ou pedopsiquiatras. É um problema social e quem tem acesso a estas crianças e famílias é quem com elas lida desde cedo, serviços instalados na comunidade, cuidados primários de saúde, serviços sociais, creches, escolas. Enviar aos serviços de especialidade médica anos depois dos quadros psicopatológicos instalados é como apagar o lume depois do leite entornado.  

terça-feira, 26 de abril de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Poema - Alberto de Lacerda

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Juntos
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O país que inventámos
Sem querer

domingo, 24 de abril de 2011

Aconteceu...O Compasso e a proximidade social

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Hoje é domingo de Páscoa, e isso fez-me lembrar  mais uma história passada no Serviço Médico à Periferia (SMP), quando, logo no início da vida profissional, fui colocada numa vila do Norte de Portugal.

Toda a gente sabe o que é o Compasso, também conhecido pela visita Pascal? Talvez, quem tem educação religiosa ou mora em terras pequenas. Não é o meu caso e aqui em Lisboa não sei se ainda existe. Resistem, isso sei, tenho uma mesmo à porta, algumas procissões de tradição muito antiga, em alguns bairros populares.

Nos anos 80 não havia o Google, esta ferramenta que nos permite quase sem esforço saber um pouco de quase tudo. 


Pois o Compasso, é a visita que um grupo de pessoas lideradas pelo padre faz às casas/ famílias da sua paróquia, neste dia. Com ele vai a cruz de Cristo e vão informar da Ressurreição de Cristo  e abençoar as casas. É suposto haver alguma comida e bebida e ofertas para o padre...que acrescento eu, deve chegar ao fim do dia enfartado e bem bebido.

Pois lá na vila nortenha onde estávamos colocadas, a Lecas e eu, alguém nos avisou desse evento, como agora se diz, sem nos explicar grande coisa.
Ficamos bastante atrapalhadas. E agora, que se faz? O que se diz? Não conhecíamos ainda muita gente, nenhuma a quem perguntar.

E como jovens que éramos, resolvemos de uma maneira infantil de que hoje nos rimos.
Não é que fechámos as persianas simulando não haver ninguém e ficámos lá dentro muito quietinhas até a cerimónia passar para outra rua?!

Sei hoje que não teríamos sido visitadas quase de certeza. O Compasso não é uma invasão de uma casa, há um conhecimento prévio de quem deseja ser visitado.

Independentemente do acto enquanto religioso, este acontecimento é uma situação de proximidade, que contrasta com a indiferencia, o isolamento e o  desconhecimento da vizinhança nas grandes cidades. 

sábado, 23 de abril de 2011

Aconteceu...Fim-de-tarde em Lisboa

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.......................................................Foto - Magda

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Poema - Gastão Cruz

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NESSE NUNCA

Nunca se pensa que virá um dia
em que essa idade como bruma fria
será a que teremos; todavia

nesse nunca está ela já contida:
se o pensamento desconhece a vida,
dela recebe o sangue da ferida