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"(...) Há um vento impetuosamente solto na noite da minha vida(...)"
"(...) Há um vento impetuosamente solto na noite da minha vida(...)"
Ruy Belo
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Ouço nos noticiários que este vai ser o Verão mais quente dos últimos anos.
Não o tenho sentido. Aqui em Lisboa, um vento permanente e desagradável, empurra não sei para onde o calor.
Não o tenho sentido. Aqui em Lisboa, um vento permanente e desagradável, empurra não sei para onde o calor.
Será a crise, o vento ou ambos que fazem com que as esplanadas antigamente cheias estejam agora vazias?
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Nunca gostei de vento. Como se imaginasse que se com força raspasse o meu corpo me levasse partes salientes, quem sabe se as orelhas. E ficando os orifícios bem à vista entrasse dentro de mim e pudesse, com as ondas que provocaria, baralhar o meu interior.
Mas se ficar um verão com muito calor, com as temperaturas mais altas dos últimos anos, vejo-me a gritar pela sua filha, Ó Aragem, vem cá!