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sábado, 25 de dezembro de 2010

Aconteceu...Ladrões disfarçados e um Pai Natal amigo do Homem Aranha

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O entusiasmo era evidente, as crianças mal aguentavam o tempo que o jantar da consoada estava a demorar. Queriam era a hora das prendas que o Pai Natal ia trazer, como estavam acostumados.
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A noite estava muito fria. A televisão tinha estado a transmitir notícias do resto da Europa, aeroportos fechados, aviões em terra. A brincar alguém comentou Oxalá o trenó do Pai Natal tenha conseguido vir. As crianças ficaram inquietas, Mas se não vier...quem nos dá as prendas? Continuaram à espera, as horas passavam e já perto das 23 horas tocam à porta, É ele, é ele! gritam em conjunto, quase como se ensaiadas para um coro.
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Todos se dirigem para a porta, os adultos um pouco preocupados, mas quem poderá ser a esta hora? Espreitaram pelo intercomunicador, bem moderno, com imagem e tudo e ficaram perplexos, uma criança quase recem nascida, embrulhada numas palhas ao colo de uma mulher, mais um homem, um cão e uma ovelha, Por favor, abriguem-nos, pedem, a gruta abateu com o peso da neve, esperamos pelos Reis Magos e mais pastorinhos, mas precisamos de um tecto, isto dito com um tom seguro, demasiado seguro, diremos agora.
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Abriram-lhes a porta, Então não é que em vez do Pai Natal vem o Presépio?! comentam os adultos admirados, e eles entram para a casa, mais os animais, encostam-se à lareira acesa e aquecem-se.
Comem alguma comida que lhes é oferecida, um copo de vinho tinto, o bebé bebe leite, ainda bem que havia um "biberon" nesta casa dizem que à mãe ainda não lhe tinha subido o leite, se é que o viesse a ter, e roupinhas para o aquecer, de repente o casal puxa de umas armas escondidas dentro das roupas e gritam Mãos ao ar isto é um assalto! A família encolhe-se, junta-se a um canto como lhes ordenaram temendo pelo que lhes vai acontecer, enquanto eles remexiam em tudo e enchendo sacos com as coisas valiosas que foram encontrando.
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De repente, e sem que se tenha percebido como entraram, eis que o Pai Natal que aparece, renas e trenó na sala. Com uma teia igual à do Homem Aranha prendeu os meliantes.
Chamada a polícia, foram presos e desmascarados. À porta um "camion" TIR aguardava o produto do roubo. Aquela casa não era a primeira a ser assaltada.
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Posto o que o Pai Natal distribuiu as prendas. As crianças exaustas e assustadas começaram a recuperar, e já há risos e beijos.
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Adeus, adeus, o Pai Natal usa o terraço como pista de aeroporto e ruma ao céu.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

aconteceu no Natal - 1

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Não gosto do Natal comercial, nem da obrigatoriedade de festas de data fixa.
Aqui há uma mais de uma dúzia de anos, resolvemos fugir de Lisboa e fazer só os quatro, uma coisa diferente, um Natal simples na aldeia.

Tenho uma casa de construída pelo meu bisavô na parte velha de uma pequena vila ribatejana. Sendo uma casa simples é interessante, toda ela virada para um pátio central metade coberto e onde uma cisterna recolhe a água das chuvas. Um dos lados do pátio comunica por um arco com um pequeno jardim, que lhe dá uma noção de extensão verde, agradável.

A cozinha é grande, hoje tem lá a mesa de comer e comunica com uma divisão que tem uma lareira grande (fumeiro), onde quase nos metemos dentro.
Quando eu era criança faziam-se enchidos que ali eram fumados.

Perguntei na padaria como era hábito festejar o Natal e explicaram-me, bacalhau com couves, fritos que se faziam à lareira e missa do galo lá para a meia-noite.

À volta da lareira com um fogo bem espevitado e depois do bacalhau, a massa das filhoses (que fizeram o favor de me dar prontinha) foi sendo frita uma a uma, numa frigideira em cima de uma trempe poisada por cima das brasas. Retiradas do azeite eram envolvidas em açúcar e canela e comidas quentinhas, acompanhadas de café de cevada com canela. Coisa simples e tão saborosa!
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Cumprimos quase tudo, porque quando nos demos conta, tínhamos deixado passar a missa do galo.