quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Os canalizadores serão todos gordos?

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Devia ser uma obrigação da escola ensinar umas coisas importantes para a vida.
Voto numa cadeira obrigatória de canalização desde o 5º ano até ao 9º, podendo-se continuar se o aluno assim desejasse.
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Há alguns anos em Lisboa indicaram-me um. O sifão do lava-loiça ou coisa parecida deixava pingar água. É com o credo na boca que ao telefone pedimos os serviços. E se ele não puder? 
Veio. À porta apareceu um grande obeso e um problema respiratório que se detectava facilmente pela inspiração e expiração ruidosas. Deitado no chão, de cabeça mal metida no armário, ele lá tentou desmontar os canos. Foi um processo demorado porque os braços gordos não se movimentavam no espaço exíguo. Horas mais tarde lá conseguiu e eu respirei fundo. Receei que durante aquele espaço de tempo o homem se apagasse ali em casa.
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Há dias encontrei os armários que ficam por baixo do lava loiça cheios de água, as loiças todas molhadas e sujas. Pedi que me indicassem alguém e esperei ansiosamente, com uma tijela a aparar as gotas que se viam cair dos canos. Apareceu hoje. Não direi que deparei com um grande obeso, mas um homem gordo com uma enorme barriga, que transformavam a figura do Ché na camisola reconhecível sobretudo pela boina e pela estrela.
Bom, não arfava, mas o resto foi quase igual à experiência que já tinha tido. Este dizia que os tubos eram tão finos que os dedos não entravam (pudera!) e não conseguia chegar aos parafusos. Foram algumas horas de manhã e outras da parte da tarde. 

Depois de várias peripécias, como de peças novas avariadas e a terem de ser trocadas na drogaria do Largo 1º de Maio onde tinham sido compradas, perante o protesto da senhora do balcão, a coisa ficou resolvida.
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Perante estas experiências pergunto-me se os canalizadores serão todos gordos?