Conheço muitas avós que, coitadas, por razões várias mas raramente boas, são as mães dos netos. Numa idade em que já se criaram os filhos, que já se trabalhou muito, ficam com a difícil missão de estar com as crianças a tempo inteiro.
Outras, ficam com eles todos os dias até que chegue a idade de entrarem para o jardim infantil ou a pré e quantas vezes continuam depois das aulas acabarem e os pais chegarem do trabalho.
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Sempre achei que tanto tempo seria difícil para mim. Assumo. Creio que por características pessoais, porque ainda trabalho todos os dias e muito o que dá cansaço. Mas mais importante, porque o tempo em que estou com os netos estou com disponibilidade a 100%, deixando tudo o que poderia pensar do meu mundo pessoal ou fazer para outra altura.
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Para além de duas semanas, uma na Páscoa nas termas e outra no verão na praia, sou avó com presença em dia fixo, à 5ª feira. Nesse dia, com a meta de me encontrar com eles, sinto que nos esperamos ansiosamente e é com entusiasmo que me recebem quando chego ao pátio da escola. "Avó Magda, vamos num petico? diz o Francisco que ainda fala assim do petisco, uns amendoins e sumo à beira mar. Mas nem sempre mete comida, e mais nos dias de chuva, brincamos muito e conversamos, até depois do jantar. Este é um momento importante e o Vicente fica desolado se por qualquer motivo não posso ficar.
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Mas hoje o dia foi diferente. Passado no Hospital Dona Estefânia onde o mais novo de 3 anos foi operado de urgência a uma apendicite. Espantoso, para além da clínica, sem valores analíticos muito alterados, sinais incipientes na Eco, as mãos experientes e seguras dos cirurgiões, perante a evolução de 12 horas não hesitaram "Está a começar, é uma apendicite e não há necessidade de esperar".
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5ª feira da avó Magda, bem diferente das habituais.
Agora é esperar para podermos voltar às nossas brincadeiras.