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"Simplesmente Maria" era o folhetim radiofónico que há cerca de 40 anos ouvia quase religiosamente a seguir ao almoço
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Andava eu na faculdade, e como muitos outros colegas do meu curso, frequentava pouco as aulas teóricas. Íamos assistir às aulas práticas e pouco mais. Mais tarde, um mês ou ainda mais antes do exame, entrávamos em "estágio", fechando-nos para o mundo, quase com vendas nos olhos e algodão nos ouvidos para não nos distrairmos, a estudar e na data prevista íamos fazer o exame.
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Bom, mas havia uma excepção nesta maratona do estudo. É que a seguir ao almoço, fechados no quarto de estudo, eu e os colegas com quem me reunia para tornar a tarefa mais dinâmica e suportável, fazíamos uma pausa para ouvir esse folhetim. Eram momentos imperdíveis para nós.
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Sendo uma ouvinte tão assídua, curiosamente não me lembro de toda o enredo nem como acabou a peça radiofónica, mas sim do que sofríamos com a protagonista, a Maria, e com a vida dela. O namorado, de quem teve um filho super apaixonada que estava, sendo ela uma criada de servir e ele um estudante de Medicina, tocar-nos-ia em particular?
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Um destes dias, sintonizada num posto de televisão, percebi o porquê. Deu um programa em que foi falada esta rádio novela, falaram o seu produtor e vários actores, alguns dos quais me lembro de ter identificado a voz na altura. E foi referido que o 25 de Abril aconteceu e ainda a rádio novela estava no ar, mas que continuou até acabar.
Eu percebi então porque não me lembro do enredo todo e obviamente nada de como acabou.
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É que a partir desse dia de 1974, deixei certamente de estar atenta aquela história, e o interesse passou para a nossa História.
Só que o progresso conseguido desde então tem neste ano que agora acaba, levado uma enorme machada, pelas políticas seguidas.
Tristeza!
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Bom Ano, Feliz Ano Novo, Próspero (este voto a ficar fora de moda), Um Óptimo Ano, etc, etc, que não quero ser desmancha prazeres. Saúde, isso sim, e que encontremos dentro de nós o sol, a luz e as estrelas que não vemos cá por fora!
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