segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Aconteceu...ter a lua como companheira

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Vou no comboio e a tarde cai. Esta é das horas do dia que mais gosto. O céu ainda está azul, limpo mas deixou de estar brilhante, e lá mais ao longe, até onde avistamos o horizonte, uma cor rosada pintou uma barra larga no horizonte.
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Há bastante tempo que a lua, redonda, cor de pérola e brilhante nos acompanha, ora ao lado, ora à frente. De vez em quando esconde-se por detrás de umas árvores. Procuro-a com alguma ansiedade e pouco depois descubro-a com alívio.
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Quase não passamos por aldeias, como aquela onde passei muitas férias em miúda. Agora, vistas daqui, quase todas as terras têm uns prédios e em muitas uma ou outra construção desinserida da paisagem, conjuntos de cubos desalinhados em cima ou ao lado, que tanto vemos no Algarve como na zona centro por onde o comboio passa.
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E continuo a ver a lua. Hoje estão nítidas as manchas interiores. Lá na aldeia da minha infância, nestes dias procurávamos distinguir o homem ou a mulher que carregavam um grande saco. Parece que cumpriam um castigo, diziam.
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As crianças destas novas aldeias, a esta hora, olham para a televisão ou jogam algum jogo electrónico.
Desconfio que não olham a lua.