.
A arte médica está muito diferente do que era quando eu aprendi. Para além da relação que se estabelecia com os doentes, eram as queixas (sintomas) e a observação directa do doente que muitas vezes dava a "chave" da doença.
A arte médica está muito diferente do que era quando eu aprendi. Para além da relação que se estabelecia com os doentes, eram as queixas (sintomas) e a observação directa do doente que muitas vezes dava a "chave" da doença.
Aprendi a olhar a pele, a palpar, a percutir para obter sons, a cheirar que o hálito dava algumas indicações, etc.
Nas grávidas usava-se uma espécie de funil sem bico, achatado e que se apoiava na barriga da paciente, e, onde a partir das 18-20semanas se conseguia ouvir o leve bater de coração do bebé.
Nas grávidas usava-se uma espécie de funil sem bico, achatado e que se apoiava na barriga da paciente, e, onde a partir das 18-20semanas se conseguia ouvir o leve bater de coração do bebé.
Tínhamos análises clínicas, radiografias, EEG, ECG, e alguns outros exames. Mas eram poucos e não estavam disponíveis em todos os hospitais do país, pelo que só se pediam mesmo se necessários.
Felizmente a técnica foi evoluindo, e aparecendo outros exames, TACs, ECOs, Ressonâncias magnéticas, análises específicas.
E o que aconteceu? Com frequência, os exames tomaram o lugar da observação directa. Perante os sintomas pedem-se os exames, alguns caríssimos.
Muitas vezes inúteis mas algumas vezes úteis. É hoje possível, sem dúvida, descobrir certos tipos de doenças e agir com maior rapidez. Estava a pensar nos tumores, por exemplo.
Mas esta conversa veio-me à cabeça porque li que abriu ou vai abrir um site português para consultas on line, dizem os promotores que serve para se obter uma 2ª opinião.
Enviam-se os exames scanados, os sintomas e obtém-se uma resposta. Não fala em vídeo conferência, em que as pessoas se podiam ver e ser vistas. Fala-se em páginas electrónicas.
E isto é a anulação de uma parte fundamental da consulta, o estabelecimento de uma relação privilegiada entre um doente e o seu médico.
Felizmente a técnica foi evoluindo, e aparecendo outros exames, TACs, ECOs, Ressonâncias magnéticas, análises específicas.
E o que aconteceu? Com frequência, os exames tomaram o lugar da observação directa. Perante os sintomas pedem-se os exames, alguns caríssimos.
Muitas vezes inúteis mas algumas vezes úteis. É hoje possível, sem dúvida, descobrir certos tipos de doenças e agir com maior rapidez. Estava a pensar nos tumores, por exemplo.
Mas esta conversa veio-me à cabeça porque li que abriu ou vai abrir um site português para consultas on line, dizem os promotores que serve para se obter uma 2ª opinião.
Enviam-se os exames scanados, os sintomas e obtém-se uma resposta. Não fala em vídeo conferência, em que as pessoas se podiam ver e ser vistas. Fala-se em páginas electrónicas.
E isto é a anulação de uma parte fundamental da consulta, o estabelecimento de uma relação privilegiada entre um doente e o seu médico.
Também lá está a especialidade de pedopsiquiatria, em que a relação da criança com a família é de primordial importância para compreender e intervir.
Há qualquer coisa que não me parece bem!
Há qualquer coisa que não me parece bem!
Sem comentários:
Enviar um comentário
Convido a comentar quando lhe apetecer.