quinta-feira, 2 de maio de 2019

Passeios fúnebres, uma notícia de hoje.


Cemitérios, enterros...
Desde pequena que fui a enterros com a minha Mãe, mas não de qualquer pessoa. Eram homenagens por admiração.
Tinha eu 6 anos, fui ao enterro do Vasco Santana. Na altura fiquei a saber quem era, porque merecia aquela romaria, porque era uma multidão que ali estava.
Quando eu tinha 8 anos, foi a vez do João Villaret. Novamente e ideia que tenho é de imensa gente naquele funeral. Fiquei a saber quem era e a admirá-lo também.
Na altura não havia televisão, não era fácil ver filmes, os cinemas eram poucos e era assim, dentro da família que muitos conhecimentos passavam. Conhecimentos, podia ter dito cultura.
E a mais alguns fui com ela. Aprendi a admirar, respeitar uma pessoa que morre, mesmo que a não tenhamos conhecido pessoalmente em vida.
Curiosamente ou talvez não nas minhas viagens fui a vários cemitérios, sempre ver jazigos escolhidos. 
Em Paris, o do Le Pièrre Lachaise, muito bonito, onde visitei o Jim Morisson, Óscar Wilde, e outros.
Em Buenos Aires uma companheira do grupo queria muito ir ver o túmulo da Evita. Os outros ficaram um pouco admirados, como se fosse quase doentio. Ofereci-me logo para a acompanhar e lá fomos.
E outros visitei.
Ora a notícia de hoje tem a ver com eventualmente a criação no Cemitério dos Prazeres um núcleo com pessoas, artistas, enterradas noutros cemitérios. A sério, estranhei esta ideia ou já projecto. Coitados!

Nota: Hoje dia 3 tive conhecimento de um desmentido à notícia que tinha lido. As transladações estão fora de questão. 
Fiquei a saber que visitas guiadas organizadas pela Câmara de Lisboa já existem e os visitantes têm apreciado muito.



quarta-feira, 1 de maio de 2019

Momentos de irrealidade?

Gosto muito de concursos na televisão ditos de cultura geral. Ditos porque grande parte das perguntas não fazem parte dessa categoria, são "faits divers" ou que situações tão pouco importantes só quem os viveu consegue saber.
Apesar disso faço por assistir ao Joker, concurso diário cujo apresentador é um verdadeiro artista, de associação fácil, divertido, cómico mesmo, de seu nome Vasco Palmeirim.
Ontem o concorrente levou como ajuda a sua mãe, uma senhora com um sorriso aberto, que o Vasco logo frisou, expansiva fazendo mímicas e gestos de satisfação, de vitória. Batia palmas com entusiasmo, talvez a mais entusiasmada da sala. Isto antes de se iniciarem as perguntas.
A coisa não correu lá muito bem e o filho começa a perder depois de atingidos os primeiros patamares. 
Não me lembro de ver uma mudança de fisionomia tão grande como a daquela mãe. De radiosa passou a doente grave, ficou mais pequena, tensa, séria, super ansiosa, sem humor. 
Fiquei convencida que aquela mãe nunca pôs em dúvida que o filho levava para casa 50 mil euros, prémio do concurso.
E isto fez-me lembrar uma situação passada comigo em 1985, ano que começou o totoloto, jogo unicamente de sorte. Logo no primeiro jogo, preenchi o boletim. Números aleatórios que li em voz alta como se de música tratasse. Eram de uma melodia espantosa, qualquer um que substituísse fica mal, desafinava a sequência. Quase me convenci que não poderia ser outra a chave que o sorteio ia confirmar!
Claro que não foi, nem mesmo me lembro se saiu algum dos números que com tanta certeza escolhi. 
Durante umas horas convenci-me que a minha sorte era infalível!


domingo, 28 de abril de 2019

Actor tão bom!

A passar na RTP Memória o filme " O cowboy da Meia Noite" e eu a rever.
Foi o primeiro filme em que vi o Dustin Hoffman, aqui coxo e com uma tosse horrorosa. 
O que interessa é o defeito físico, tão bem representado que , quando o vi noutro filme depois, nem sei qual, fiquei admirada por ele ser escorreito. 
Há actores espantosos!
Não ligo nada aos Óscares mas fui ver, o filme teve vários prémios mas ele neste não.

O Cowboy da Meia-Noite

Título original:
Midnight Cowboy
De:
John Schlesinger
Com:
Dustin HoffmanJon VoightSylvia Miles
Género:
Drama
Outros dados:
EUA, 1969, Cores, 113 min.
O inglês John Schlesinger realizou um dos filmes mais emblemáticos da "mudança de tempos" no cinema americano, em finais da década de 60. Foi, aliás, o primeiro título associável ao despontar da "nova Hollywood" a ganhar um oscar de melhor filme. Violento e ostensivamente "adulto", conta uma história ambientada nos meios da prostituição masculina de luxo em Nova Iorque. Catapultou Jon Voight para o estrelato, estatuto que manteve durante todos os anos 70.sos 

sábado, 15 de dezembro de 2018

Jazz Junho 1999


Grande espectáculo no CCB!
Max Roach (faleceu em 2007) e Abdullah Ibrahim (também o ouvi quando se chamava Dollar Brand). Grandes instrumentistas! Ficou-me na memória o solo de bateria, incrível! Abdullah com o seu piano, também extraordinário!

Não foi este concerto, mas aqui fica. Aproveitei também para ouvir esta tarde mais umas vezes.

https://youtu.be/99KaFOrYQNA


Espectáculo - Teatro


2010 - O senhor Puntila e o seu criado Matti
No Teatro Aberto, esta peça de Bertold Brecht,  escrita no seu exílio na Filândia, "comédia de carácter em tom popular".
Patrão que oscila quando está bêbado ou quando está "limpo". Com álcool fica simpático, fraterno, compreensivo em especial com o seu motorista Matti. Sem álcool é terrível! 
"Apesar do sonho de igualdade entre os homens" "a água e o azeite nunca se vão misturar".
Miguel Guilherme no patrão, e Sérgio Praia em Matti, papeis excelentes.
E que é feito destes actores?

https://www.publico.pt/2010/10/26/culturaipsilon/critica/quando-os-patroes-sao-nossos-amigos-1656753

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Viagens 2006


Encontrei as fotocópias do passaporte caducado, com os carimbos de fronteira. Situei então várias viagens que fiz, bilhetes de espectáculos etc.
Chile e Argentina e Canadá em 2005.
NY - Inserida numa viagem cultural organizada por Serralves e orientada pelo José Rosinhas.
Para além do programa de visitas aos museus, na rua vi pela 1ª vez uma obra de Anish Kapoor, Sky Mirror, na parte de fora do Rockefeller Center. Fiquei fascinada com uma obra tão grande e a sorte que tive em a ver visto ser temporária, Set a Nov. Este ano enchi o papinho em Serralves com obras dele.
Assim, visitámos o Museu Solomon R Guggenheim, o MoMA, o Metropolitan Museum of Art, o Museu Whitney de Arte Americana, o PS1 Queens e a Fundação DIA: Beacon.
E fizemos os reconhecimento que a maioria das pessoas faz, incluíndo um cruzeiro no Rio.
A noite era livre e assisti no Gershwin Theatre -ao Wicked, um musical de grande sucesso. No The Metropolitan Opera assisti à Ópera La Gioconda. Blue Note, já sem tabaco, fomos uma ou duas noites, assim como a outra casa de jazz cujo nome não me lembro do nome, sempre acompanhada pela minha amiga Teresa e pela Celeste, cujo marido era um melómano do jazz.

Foi maravilhosa a viagem que também nesse ano fiz ao Chile e Argentina, descendo o Chile até à Patagónia, atravessando os lagos e montanhas para entrar na Argentina e subir até Buenos Aires. Santiago do Chile toca pela história que vivemos em 1973, o ataque à democracia e a morte e desaparecimento de muitos democratas. Ainda visitei o Museu Chileno de Arte Precolombino, (Fundacion Família Larrain Echenique),
com peças muito bonitas. "Cubre um período que vai desde los inicios del arte cerâmica y textil hasta la llegada de los conquistadores europeos" pretendendo representar toda a diversidade dos povos precolombianos. 



Grande parte da viagem para sul, uma de avião o resto de camion jeep, feio e forte, foi para observar e viver a natureza, parques naturais e reservas, glaciares como o Perito Moreno, o mais importante e outros, atravessar os Andes montanhosos e os lagos.
Tinha imaginado comer uma pescada fresca cozida, e não a pescada do Chile congelada que aqui comemos e até é boa, mas eles não a cozinham assim.

Em Buenos Aires  visita à casa de Pablo Neruda, incrível, encontrei um saco de plástico onde terei trazido algum postal ou livro! Amarrotadinho mas guardado! 
Buenos Aires tem vários museus, com artistas argentinos que eu não conhecia, como o Xul Solar com museu inteiramente dedicado a ele, bairros populares, o Caminito, 
etc a livraria El Ateneo, o café Tortoni, ir a um espectáculo de Tango etc. E até pelo clube de futebol passámos! E a carne, claro! Buenos Aires deve ter sido das cidades da América do Sul que mais me impressionou. Uma cidade europeia com dimensão americana! Pensei que iria voltar mas ainda não calhou.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Raiva - filme


Foi recentemente, em Novembro, que fui ao Cinema Ideal ver este filme, de Sérgio Tréfaut e inspirado no romance Seara de Vento de Manuel da Fonseca.
As críticas não foram unânimes. Eu gostei bastante.
Começa pelo fim, arrumando logo o tiroteio que o poderia ter transformado num western e não abordando o desejo da filha do lavrador. 
Aspectos curiosos que soube pelos artigos do JL: o monte alentejano foi construído de propósito, um casebre sem condições nenhumas; o filme foi filmado a cores e depois trabalhado para ficar a preto e branco; as cenas noturnas foram filmadas durante o dia, o actor principal não é actor. E a criança era brasileira habitante no Alentejo, que só dizia nhã mãe, por necessidade de uma actor brasileiro (acordo financiamento, julgo eu). Acaba com canté alentejano ao fundo.

https://youtu.be/2VCOcqaEl9I