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Desde que começaram estes tempos difíceis, tem sido impressionante a quantidade de lojas de compra de ouro que têm aberto.
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No sábado, indo de táxi, pude olhar despreocupada que estava da condução, e num muito curto percurso, nada menos que 4 lojas.
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Comentei isso com o taxista que remeteu logo para o Salazar, que só queria barras de ouro e as pessoas viviam na miséria.
Não contestei mas não era esse o meu incómodo no momento.
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Praticante amadora de joalharia que sou, é uma arte a que estou razoavelmente atenta.
A parte reservada a jóias que existem nos museus faz parte dos meus roteiros.
Jóias desde os primórdios dos tempos até aos nossos, passando pelos vários séculos que se intervalam, mostram-nos aspectos muito interessantes e esclarecedores desta arte.
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Esta semana, estando numa aula de um curso livre de História da Joalharia, dei por mim a beber com olhos e ouvidos, os ensinamentos do professor e as imagens projectadas de objectos artísticos de há muitos séculos.
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Tal como qualquer arte, também a joalharia tem modas, o que permite classificá-las e compreendê-las atendendo à sua época.
Os metais nobres são materiais com qualidades especiais, nomeadamente a capacidade de serem fundidos e transformados em matéria original para serem reconstruídos mais ao sabor da moda. Assim muitas coisas se perderam. Mas não todas, felizmente.
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Não sabemos o que está a ser vendido nesta época de crise. Eventualmente muitas peças representativas de épocas, estilos, estéticas. Penso sabermos que quase tudo é fundido e transformado em lingotes, transportados para países compradores.
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Não sabemos que património português se está a perder.
As autoridades deveriam estar atentas. Todos os dias ficamos mais pobres, nos bolsos e no património.