domingo, 3 de abril de 2011

Aconteceu...erros, partidas, mentiras, enganos.

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No dia 1 de Abril tive imensa dificuldade em postar o poema do Gastão Cruz. Fiz várias tentativas e quando publicado aparecia sempre escrito em prosa. Usei vários métodos e desconfigurava sempre. Foi mais de uma hora, ou de duas até, para conseguir. Depois da meia noite lá ficou bem. Deverei pensar que era uma partida leia-se mentira, própria do dia? 
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"Exclusivo FNAC, compre o livro Victoria e receba um desconto de 50% na compra do livro Fome", pode-se ler em acrescento em papel impresso abraçado à capa do livro de Knut Hamsun, Prémio Nobel em 1920.
Aproveitei levar os dois.
Chegada à caixa para pagamento, verifico que a conta não apresenta o bónus. O empregado confirma e repete a operação, com igual resultado. Chamada a supervisora, ela tecla qualquer coisa, lá aparece o desconto de 8 € e ouço-a dizer em voz baixa ao caixa "estas situações temos de ser nós a fazer".
Há desconto? Há! E ele efectiva-se? Só se chamarem a supervisora!
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Parece que o dia das mentiras se prolongou. Ou isto já tem outro nome?
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Nota - Continuo com problemas por aqui, hoje é a letra que não tem o mesmo tamanho dos outros dias. Paciência, desisto, vai ficar assim até...

sábado, 2 de abril de 2011

Aconteceu...Da terra nasci e na terra me vou incorporar

..........................................Foto - Magda

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Poema - Gastão Cruz

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RELATÓRIO EM FORMA FECHADA

Os estragos da noite foram vastos,
inversos ao pulsar da primavera:
há tempo em que se luta pelos gastos
rastos da vida e o tempo novo gera

desilusão somente, esse viscoso
correr da insónia como se já água
as lágrimas não fossem e no fosso
há pouco aberto qualquer outra água

de natureza opaca suspendesse
a sua interminável queda; voltas
por fim à noite espessa que já tece
a madrugada com as linhas soltas

da minha vida, versos que transformam
em realidade as sílabas que os formam

quinta-feira, 31 de março de 2011

Aconteceu...adeus às refeições em família? (continuação)

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Certas famílias "evitam" o tempo de estar juntas. . Uma refeição em conjunto e sem televisão pode ser um tempo de conhecimento e trocas.
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O conhecimento, no sentido das trocas de ideias e de experiências gera necessariamente sentimentos, emoções. Boas ou incómodas. . A relação com os outros, pode também ser um momento de grandes conflitos..

Comecemos pelo exemplo que dei no post anterior, ver televisão à hora da refição. Na mesma família haverá quem o deseja mas também quem desejaria outra coisa. São normalmente os homens que querem ver o telejornal e o futebol. As mulheres queixam-se que eles não falam, ficam presos ao écran. Os filhos acusam o pai de ser sempre ele a escolher o canal..
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E, durante algum tempo, este pode ser um motivo de mal estar, seguido até de discussão e zangas. E atrás destas, nunca resolvidas ou mal, outras virão, e a refeição poderá deixar de ser um momento de convívio agradável para passar um ambiente de guerra, gritos e choros..

Junte-se as mágoas que isto pode provocar e que, por nunca serem suficientemente faladas e digeridas, vão minando a relação da família.
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Outro motivo frequente de discórdia prende-se com a quantidade de comida que um filho deve comer, como se não fosse o estômago de cada um a dever decidir. Neste caso muitas vezes ambos os pais ficam de acordo, e a criança é o motivo de união da família à mesa, mas traduzida em discussão..
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Será também por isso, e por estes múltiplos desentendimentos que traduzem outros mais escondidos, dos quais nem sempre se quer tomar consciência, que há famílias a comer em tabuleiros e em espaços separados...e calados?

quarta-feira, 30 de março de 2011

Aconteceu...Foto - Ainda sem flor

. ............................................Foto - Magda

terça-feira, 29 de março de 2011

Poema - Alberto de Lacerda

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As palavras.........

...............interferem.....

.............................com a realidade

Sobretudo....

............. com a realidade.....

Do amor amor..

segunda-feira, 28 de março de 2011

Aconteceu...adeus às refeições em família?

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Quando eu era miúda, há umas largas décadas, lembro-me de algumas histórias que as empregadas lá de casa contavam da vida delas. Filhas de gente humilde, ou mesmo pobre da província, algumas dormiam na sua própria cama e sozinhas pela primeira vez quando vinham servir..

A Maria contava-me que eram 6 irmãs e dormiam todas na mesma cama, umas com os pés para a cabeceira e as outras ao contrário. A comida era pouca, ou pouco diversificada, coisas que o campo dava, pão e mais uma galinha que de vez em quando matavam. A sopa vinha na panela que pousavam em cima da mesa, à volta da qual todos se sentavam..

Os tempos mudaram. Estamos outra vez com situações económicas muito complicadas para certas famílias. Mas muitas habituaram-se a objectos, leia-se bens materiais, e fazem deles uma gestão muito mal feita..

Dizia-me um pai que o filho de 8 anos nunca come com os pais. A razão era que o programa de televisão que se vê na cozinha, onde os pais fazem as refeições não agrada ao rapaz. Esta situação tem alguns anos de instalação e vai ser difícil de alterar. O pai, encolhendo os ombros, justifica-se que ele nunca teve televisão em pequeno, e agora que pode dar ao filho esse prazer... . A mesa e o convívio deixaram de fazer parte das rotinas e hábitos. . Esta situação, mais frequente do que se pensa, é grave.

Pais e filhos criam caminhos divergentes. Se nada for feito para os aproximar, um dia serão quase desconhecidos, com todos os riscos que isso implica, quer para os jovens, quer para os pais quando forem idosos.