terça-feira, 10 de agosto de 2010

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Poema - A. M. Pires Cabral

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DEGRADAÇÃO

Toda a gente foi domingo
alguma vez.
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Depois nas fezes aparecem
sinais de sangue, ou na urina.
Declaram-se abcessos,
coágulos, tumores.
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Passam então a ser uma sombria,
pesada, intransitiva
segunda-feira

domingo, 8 de agosto de 2010

Aconteceu...que as férias de verão acabaram

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1 - Ontem ao jantar perguntei se alguém sabia se os consultórios e as clínicas a que recorrem, estão licenciadas.
Claro que ninguém tinha pensado nisso, e eu também não. Mas existem entre 200 e 300 clínicas não legalizadas segundo a ERS (Entidade Regularizadora da Saúde). Depois é um ai Jesus, que incrível! quando acontece algum problema grave com um doente, como recentemente aqui no Algarve. Mas afinal, quem, senão as autoridades, para pensar e actuar rápido quando sabe da existência de alguma? A bem da nossa segurança! Parece que não, porque nós é que devemos ver se está afixado o certificado na parede, nós é que devemos perguntar se há livro de reclamações, nós é que podemos ir à net ver no portal da Entidade como está a situação da clínica onde pensamos ir, segundo afirmou o presidente da ERS!

2 - Alguns bocados dispersos de conversas de vizinhos da praia:
Entre adolescentes crescidos: "Ele - então tu és a favor do casamento entre gays?" Ela - " Claro que sim, qual o problema?" Ele " E a adopção por gays?" Ela - "Claro que sim!" Ele - "E coitado do puto, chega ao 1º ano e perguntam-lhe o nome do pai José e o da mãe António, já viste o que vai ser?" Ela -" Não achas que ser maltratado por hetero pode ser terrível?" E diz ele que deve viver noutro planeta "Ora, isso é raro!" e eu sigo que já estou de saída.

Entre jovens adultas - "Ela - Ontem foi giro! Eles não tinham dinheiro, paguei a todos a entrada, éramos seis, foram só 60€ e assim bebi a bebida de todos" Outra - "E depois?" Ela - "Sei lá, não me lembro de nada!", e eu sigo que vou dar um mergulho.

3 - É assim, as férias acabaram 6ª feira, este fim de semana é bónus.
Cá estou, de novo, em Lisboa.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Poema - Ana Hatherly

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OS GUMES DA PALAVRA
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A fala
dá a conhecer
o ardor da palavra
o frio fio de seus gumes

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A palavra percorre o ar
entra em nosso peito docemente
ou então agudamente
ferindo
agredindo
destruindo tudo

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A palavra é
uma vertigem de espuma
mas quando quer
penetra a fractura íntima do sentir
desvenda o imenso mal
o puro escândalo de existir

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Aconteceu...rixa na praia, com agressão, por causa de uma bola. E já agora, pode-se ou não jogar à bola "devagarinho"?

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Ontem na praia de Vilamoura, na chamada Rocha Baixinha, uma bola de futebol veio parar perto do meu pé. Segurei-a e um homem jovem que jogava com um grupo de amigos veio buscá-la pedindo desculpa. Perguntei-lhe se podiam jogar ali, na parte concessionada, e ele disse que tinham ido perguntar ao banheiro que lhe teria dito que sim, mas "devagarinho". Ok, devagarinho disse eu, sorri e ele lá foi continuar a jogatana; houve várias bolas perdidas que, por acaso não acertaram em ninguém.

Jogar à bola remete-me sempre para a infância e adolescência dos meus filhos na praia do Sulférias - Manta Rôta, com um enorme areal e que tinha um banheiro nadador salva-vidas que era rigidíssimo e os chateava imenso, a eles e ao grupo de amigos que jogavam, mesmo que houvesse pouca gente e um enorme areal largo. Era o Xibalulo, nome que por eles foi baptizado, que "odiavam" mas respeitavam quando interpelados por ele.

Ontem li no jornal, que uns jovens jogavam à bola na praia da Quarteira, incomodando quase de propósito as pessoas. O concessionário foi-lhes chamar a atenção e acabou no chão pontapeado. Meteu muita gente, GNR, Polícia Marítima. O pai de um deles terá intervindo exigindo a devolução da bola, talvez apoiando também a sova que o homem, de mais de 60 anos estava a levar. A Polícia Marítima retirou para lugar sossegado os intervenientes e tomou nota da ocorrência e do nome deles.
No dia a seguir, o pai do jovem de 18 anos, principal causador, foi apresentar queixa no posto da polícia.

Associei esta situação com certos pais que vão às escolas bater aos professores que admoestaram os filhos, desautorizando o professor, situação mais frequente em crianças e jovens que apresentam alterações de comportamento. Mesmo que o filho tenha feito algo que quebra as regras instituídas, o desrespeito pela autoridade é assim transmitido aos filhos. E diga-se que estes miúdos não respeitam a autoridade parental, têm é medo deles.

E não é aos 18 anos, não se atinge a maioridade?