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sábado, 11 de setembro de 2010

Aconteceu...os piqueniques da minha infância

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O dia começava cedo para os adultos, que era preciso fritar os croquetes e os rissóis, fatiar o lombo já assado na véspera, as tartes salgadas e doces, não esquecer o pão, as febras, o sal e os limões, os chouriços cortados em rodelas não completamente separadas, para que o lume não as faça cair quando abrirem e começarem a pingar, e o bolo de laranja. As bebidas no congelador um bocado, vinho tinto, cervejas, um garrafão meio de água a congelar, depois é só acabar de encher e a água ficará fresquinha pelo dia fora, o frango e as ervilhas já estão estufadas, vamos lá pôr o arroz e esperar que levante fervura para embrulhar em jornais e chegar lá pronto e quente, é melhor levar uns pacotes de batatas fritas que sempre sabem bem, ai que já me ia esquecendo dos termos com café e o outro com chá, isto está quase, a salada de tomate que aguenta ir temperada, fresquinha vai saber muito bem. Melão e melancia bem fresquinhas, que a casca protege do calor. Estará a faltar alguma coisa?

O fogareiro e o carvão já estão, a cesta dos pratos, dos copos e talheres, fica tão giro, mais a toalha grande dos quadrados, vermelha e branca, e os guardanapos de papel vermelhos a condizer.

Já lá estão as mantas para pôr no chão? As redes para pendurar nos pinheiros? As cadeiras de lona? Como é que isto tudo vai caber no carro?

Eram assim os piqueniques, na altura escrevia-se pic-nic, da minha infância. Na casa dos amigos dos meus pais, movimentos semelhantes deviam existir, e juntos, adultos e crianças passávamos um dia muito divertido nos pinhais lá para o lado do Guincho.

No fim as cinzas do fogareiro eram deitadas já murchas para o chão. E com grande divertimento, os rapazes, não fosse alguma ter ficado viva, regavam-nas com o seu xixi, todos ao mesmo tempo e debaixo de uma grande risota.

Na volta, a excitação de um dia de aventura passada, o sono enchia-nos e adormecíamos até Lisboa.

Nota- O Pedro e Miguel já não me podem ler mas eram os meus grandes amigos e companheiros, treinavamos subir às árvores, aventuravamo-nos pinhal fora à procura de tesouros, a seguir os caminhos de alguma bicharada, ouvir e procurar adivinhar qual o pássaro que assim cantava...