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Com a fractura do meu pé, experimentei primeiro a imobilidade, depois as saídas curtas amparada por canadianas e a receber o olhar cusca-piedoso de quem comigo se cruzava, como escrevi numa postagem.
Agora, já livre das pernas extra, vejo-me diariamente a fazer exercícios para repôr o meu pé, que coitado ficou com a posição em que o gesso o manteve durante quase 4 meses, e fortalecer os meus músculos, que ficaram moles de tanto tempo estive sentada.
Assim todos os dias rumo para um "wellness center" com piscina aquecida, ginásio, aulas de várias modalidades, um bom café-restarante, sauna, sala de leitura, um ambiente bem luminoso, cheio de janelas e ar muito agradável.
Chego, bebo o café e parto para uns quilómetros de biciclete. Tal como os outros companheiros de pedalagem, olhava para os écrans que à minha frente vão passando vários canais de cabo. Era uma chatice, estar ali a olhar para as séries que não acho graça nenhuma do AXN, ou ver a SIC Notícias sem som ou ainda uns canais de música ligeira sem som ou, claro os canais de desporto. As bicicletes que monto não estão ligadas ao som, pelo que, mesmo depois de comprar uns auscultadores, continuei sem ouvir nada.
Resolvi iniciar a técnica que já usava durante os tratamentos que desde há anos faço nas Termas das Caldas da Felgueira, ou seja ler. Escolho um livro maneirinho, letra grande e tempo passa mais depressa e de forma mais agradável e útil.
Há poucos dias começei e acabei hoje, A Herança de Eszter, de Sàndor Márai. É o 3º livro que leio dele e que gosto. Bem escrito, uma história sempre interessante.
E acabado este "passeio", passeio-me pela piscina, já sem livro.
Não imaginava o movimento que têm estes "healths clubs", ginásios, SPAs, como lhe queiram chamar. A toda a hora, já fui em dia de insónia matinal, às 7horas, e lá estava já muita gente, uns grupos que fazem uma bicicletadas simultâneas com coreografia de exercícios, aulas de bodys qualquer coisa (há imensas modalidades), aparelhos, água etc, o mesmo a meio da manhã, tarde e serão. Fecha às 22h30.
Sem dúvida que há uma ditadura do corpo, do aspecto físico certamente e talvez também da saúde.
Acabada a recuperação do pé, estarei eu a entrar nessa?