Já foi quase há um mês mas ando muito atrasada em anotar memórias.
Sob inspiração do romance de Augusto Abelaira, A Cidade das Flores, de 1959, Joana Craveiro e o Teatro do Vestido criam Juventude Inquieta. Passado em Florença, na época da ascensão do fascismo de Benito Mussolini, este livro tem-nos inspirado e levado a reflectir sobre a resistência ou a luta activa contra os sistemas autoritários – velhos e novos - e a inércia que se instala e à qual, em tempos, se dava o nome de conformismo, resignação, ou mesmo, colaboração.
Escrevia Abelaira em 1961, "tenho esperança de que, dentro de 50 anos, a Cidade das Flores já não seja lida." O seu desejo, contudo, não se cumpriu. E daí esta peça.