347º dia do recomeço do blog
Os sinos da igreja começaram a tocar "a defunto", um toque curto, repetido e mantido durante muito tempo.
As vizinhas da frente vieram logo à rua falar, quem teria morrido?
Na cidade, em Lisboa onde vivo, pode morrer alguém do meu prédio, ser enterrado e nenhum vizinho saber. Aqui, terra pequena, e com a casa na parte antiga perto da igreja, não será só por haver pouco que fazer, há relações entre as pessoas.
Ao fim da tarde, já de telemóvel na mão com a foto do aviso da agência funerária, uma vizinha mostrou-me. Uma história triste, uma mulher de 40 anos que se tinha suicidado. Mãe de três filhos, a adolescente também já fez duas tentativas.
Das mortes, o suicídio é das que mais marcam quem fica vivo. Que se poderia ter feito por esta família que parecia já dar sinais de grande sofrimento?
Esperemos que os técnicos de saúde mental, há pedopsiquiatras em dois dos hospitais na zona e psicólogos também, tomem a cargo esta família certamente disfuncional neste momento.