Não nos vemos há uns anos. Se calhar nem sabe que estou aposentada, livre de horários rígidos.
7h31 da manhã e no tm uma mensagem entrou.
Acordo estremunhada e pego no aparelho. Será que aconteceu alguma coisa aos meus filhos, netos? Aquela hora para mim é quase madrugada. Leio a mensagem.
"Olá, Ora viva, estás boa, há tempos que não nos vemos! Olha, estou a telefonar-te, tão cedo-coitadinha...será que és capaz de me enviar o tm da fulana, que julgava que tinha mas não tenho? Desculpa a maçada e a madrugada. Beijinhos".
Semi acordada envio mensagem com o que me foi pedido.
Viro-me para o outro lado e tento dormir.
Um quarto de hora mais tarde fico de novo desperta, leia-se meia adormecida, quando recebo outra mensagem.
"Ó rapariga!! Acordas tão cedo! Isto é mesmo geracional! Muito obrigada e mais um beijinho"
Pouso o tm na mesa de cabeceira e fico desperta, acordada e a pensar como a distância afectiva nos afasta tanto, neste caso projectando em mim os seus hábitos e considerando que há uma razão racional para que ela e eu tenhamos os mesmos.